18/01/2018

«Crânio da Aroeira» depositado no Museu Nacional de Arqueologia

Achado arqueológico designado por «Crânio da Aroeira», o mais antigo fóssil humano encontrado até hoje em Portugal, foi depositado no Museu Nacional de Arqueologia, no dia 16 de janeiro, pelo investigador responsável pelo achado, o arqueólogo João Zilhão. Este ato realizou-se após a conclusão dos trabalhos de estudo e restauro a que o fóssil foi submetido na Universidade Complutense de Madrid, desenvolvidos por uma equipa internacional liderada por Juan Luis Arsuaga, reconhecido especialista em evolução Humana no período envolvido.
Descoberto em julho de 2014 na gruta da Aroeira, complexo arqueológico do Almonda, em Torres Novas, este crânio humano com 400 mil anos é um dos poucos dessa época encontrados no mundo. A investigação desenvolvida a seu respeito acrescentou conhecimento ao estudo da Evolução Humana e gerou novos argumentos a favor da tese que defende a inclusão de todos os fósseis deste período numa única espécie ancestral ao Homem moderno. A par da designada «criança do Lapedo», achado ocorrido na região de Leiria em 1998, o «Crânio da Aroeira» vai ser uma das peças-chave de uma exposição sobre Evolução Humana a partir de achados realizados em Portugal que está ser preparada no MNA, com o apoio da UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa, da Câmara Municipal de Torres Novas, da Lusitânia Seguros e de outras instituições com as quais decorrem contactos. A abertura está prevista para o segundo semestre de 2018. Nessa mostra serão assim expostos ao público, pela primeira vez, os dois fósseis descobertos no nosso país que contribuíram de forma muito significativa para a revisão profunda do entendimento científico da Evolução Humana, nomeadamente no que respeita à origem e destino do Homem de Neandertal. Sob o comissariado científico de João Zilhão, a exposição documentará o contexto tecnológico, cultural e paleoambiental das populações humanas representadas — as que habitaram o território hoje português entre 500.000 e 10.000 antes do presente. Serão ainda exibidos restos fósseis mais fragmentários provenientes de outras jazidas, igualmente pertencentes ao acervo do MNA: Galeria da Cisterna (Torres Novas), Gruta da Oliveira (Torres Novas) e Gruta do Caldeirão (Tomar).
Os resultados científicos sobre o «Crânio da Aroeira foram publicados em março de 2017 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
«Crânio da Aroeira», Torres Novas
«Crânio da Aroeira»

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