13/06/2017

Balsa - cidade romana junto à ria Formosa arrasada

Um holandês comprou, por 1,2 milhões de euros, uma quinta onde antes estavam os subúrbios da antiga cidade de Balsa. Arrasou tudo e a obra acabou embargada. O problema é que tarda a protecção - e um estudo aprofundado - da antiga urbe.
Para nos percebermos da importância da cidade de Balsa basta referir que só no Museu Nacional de Arqueologia existem mais de 8 mil peças registadas de Balsa. As entidades nacionais e locais responsáveis pela cultura devem usar todos os meios legais para tentar preservar o que resta deste património histórico. Não devem esquecer que se trata de um local de enorme interesse arqueológico.
Vamos salvar Balsa
Vejam o vídeo  https://www.facebook.com/portugal.romano/videos/722178084598262/
Reconstituição da cidade romana de Balsa
Reconstituição da cidade romana de Balsa.

Planta da cidade romana de Balsa
Planta da cidade romana de Balsa.
estátua de Vénus encontrada em Balsa
Estatueta de Vénus, século II d.C. (mármore branco).
jarro de vidro encontrado em balsa
Jarro de vidro, século I d.C.
lucerna «tipo rã» encontrada em Balsa
Lucerna do «tipo rã», séculos III d.C. - IV d.C. (cerâmica).

09/06/2017

Colombo era genovês, português ou catalão? Novas investigações para tentar esclarecer esta questão.

A origem de Cristóvão Colombo, uma das figuras mais misteriosas dos Descobrimentos, continua por esclarecer.
Está a decorrer um projeto da Universidade de Coimbra e do Instituto Superior Técnico para analisar o ADN extraído das ossadas de António Ataíde e do seu pai Álvaro Ataíde, dois homens que viveram nos séculos XV e XVI e que são familiares do corsário Pedro Ataíde, fidalgo que teria adotado o nome de Cristóvão Colon
Luís Filipe F. R. Thomaz publicou um artigo intitulado «Cristóvão Colón: português, natural de Cuba,
agente secreto de D. João II?», na revista anais de história de além‑mar (XVI-2015, pp. 483-542).  No resumo deste artigo, que defende a hipótese genovesa da origem do navegador, podemos ler: «Recentemente tem sido muito propalada a ideia de que Cristóvão Colombo teria sido português, natural da vila de Cuba, e agente secreto de D. João II, aduzindo como prova sobretudo a toponímia das terras que descobriu. Na realidade, os topónimos que lhe têm sido atribuídos ou não são da sua autoria ou se justificam por razões que as fontes coevas nos explicam. Tampouco há razão para preferir o apelido Colón a Colombo, visto a documentação provar claramente que, sucessivamente, usou ambos. Quanto aos serviços a D. João II, prestou‑lhe o pior que se poderia imaginar: desviar para o Atlântico, onde entravam facilmente em choque com os interesses portugueses as atenções de uma Espanha unificada voltada para o interior da Península, para o Magrebe e para o Mediterrâneo.» Esta tese foi rebatida por Fernando Branco, no artigo publicado no Expresso «Discussão do artigo 'Cristóvão Colón: português, natural de Cuba, agente secreto de D. João II?' de Luís Filipe F. R. Thomaz» (03/06/2017).
Muitos outros artigos e livros têm sido publicados sobre esta polémica.
Um mistério da História que se encontra por desvendar, mas que pode brevemente incluir novos dados com as conclusões do projeto que está em curso na Universidade de Coimbra.
Sebastiano del Piombo
Provável retrato de Colombo por Sebastiano del Piombo (1519).

«O primeiro da nossa espécie» - descoberta de fósseis de Homo Sapiens datados entre 300 e 350 mil anos

Fósseis descobertos em Jebel Irhoud, em Marrocos, estão a reescrever a história sobre o início da nossa espécie revelando uma nova primeira fase da evolução do Homo sapiens. A descoberta de ossos e ferramentas de pedra que terão entre 300 mil e 350 mil anos fez recuar cem mil anos o ponto de partida do calendário do homem moderno. É a mais antiga «raiz da nossa espécie» alguma vez descoberta em África e em qualquer parte do mundo.
«O primeiro da nossa espécie» é o título do comunicado do Instituto Max Planck para Antropologia Evolutiva, na Alemanha, sobre a descoberta dos mais antigos fósseis de Homo sapiens, em Jebel Irhoud, Marrocos, feita por investigadores desta instituição. Na verdade, é um novo primeiro da nossa espécie. Até agora, esse lugar na história evolutiva era ocupado por uma população que viveu na África Oriental há cerca de 200 mil anos. O estudo publicado esta quinta-feira na revista Nature, além de esclarecer o nosso passado, reescreve esta história.
Julgava-se que o berço do homem moderno estava na África Oriental há 200 mil anos, mas os novos dados revelam que o Homo sapiens se espalhou por todo continente africano há cerca de 300 mil anos. Muito antes de uma dispersão do Homo sapiens para fora de África, houve uma dispersão em África.
Os novos dados não significam que existe um novo berço do homem, significam, mais precisamente, vários berços dispersos pelo continente. E se até agora existiu um consenso sobre as origens africanas da nossa espécie que levou alguns especialistas a concluir que o Jardim do Éden estava situado na África Oriental e subsariana, esta investigação defende que se existe um Jardim do Éden é do tamanho de África inteira.
A reviravolta na história da evolução humana aconteceu em Marrocos, num sítio arqueológico chamado Jebel Irhoud (perto de Sidi Moktar, a cerca de 100 quilómetros de Marraquexe), que é conhecido desde os anos 60. Ali, onde há muito, muito tempo existiu uma gruta, foram encontrados fósseis humanos e animais (gazelas e zebras) e também vários artefactos da chamada «Idade Média da Pedra» africana.
Crânio quase. completo encontrado em Jebel Irhoud 

A forma arredondada do crânio revela traços arcaicos deste Homo Sapiens

Maxilar encontrado em Jebel Irhoud

Artefactos da chamada «Idade Média da Pedra» africana

Local da escavação em Jebel Irhoud (Marrocos)