29/12/2013

Roteiros Republicanos

Publicados no âmbito das Celebrações do Centenário da República (2010), os Roteiros Republicanos vieram dar um contributo para o conhecimento da História da Primeira República, à escala da história regional, essencialmente na sua dimensão urbana. Cada Roteiro contempla uma cronologia política específica, indicação de toponímia republicana e património artístico (incluindo a arquitectura, as artes plásticas e o património industrial, sendo sempre dado um destaque particular, quando existam, aos Monumentos aos Mortos da Grande Guerra que, indiscutivelmente, constituem um conjunto mais popular de realização monumental em Portugal), biografias das principais personalidades republicanas e referência ao desporto e factos turísticos, quando relevantes. São 20 volumes, um por cada um dos 18 distritos e mais dois para as regiões autónomas.
Lia Ribeiro e António Ribeiro
Roteiro Republicano de Coimbra da autoria de Lia Ribeiro e António Ribeiro

Banhos judaicos medievais descobertos em Coimbra (2)

Se há males que vêm por bem, pode dizer-se que foi o caso com o rebentamento dos canos de esgoto de um prédio da Rua do Visconde da Luz, mais precisamente o n.º 21. Quando os técnicos municipais da Divisão de Promoção e Reabilitação da Habitação foram tentar resolver o problema, viram-se na necessidade de aceder a um espaço fechado nas traseiras do edifício. A divisão não seria usada há muito e foi preciso arrombar uma porta de metal. Verificou-se, então, que se tratava da entrada para uma cave, à qual se acedia por um lance de escadas em pedra. Nesta cave, uma nova abertura conduzia ainda mais abaixo, ao que parecia ser uma fonte de chafurdo ou mergulho (fontes das quais tradicionalmente se tirava água submergindo as próprias vasilhas). Alertado o Gabinete para o Centro Histórico, foram feitas duas visitas ao local nos dias 18 e 19 de Novembro. O que encontraram foi uma gruta natural de calcário, aparentemente utilizada para vários fins ao longo dos tempos. E quando desceram os degraus e viram a pequena piscina, começaram por admitir que pudesse efectivamente tratar-se de uma fonte de chafurdo. Mas à medida que investigavam mais minuciosamente o local, foi-se tornando evidente que aquele era um espaço que fora cuidadosamente concebido. Por cima da cabeceira do tanque, descobriram-se mesmo vestígios muito razoavelmente conservados de um antigo fresco com motivos florais. Os técnicos estão convencidos de que esta pintura datará dos séculos XVI ou XVII e corresponderá à última fase de utilização ritual deste tanque. Dado que a estrutura se encontra na área da judiaria velha, e parece corresponder perfeitamente às descrições dos banhos de purificação judaicos da época, a convicção actual é de que se trata mesmo de uma mikvá (também grafado mikvah ou mikveh). Os frescos, e a própria dimensão reduzida do tanque, apontam para que fosse usado por mulheres. Nos meios do judaísmo ortodoxo a mikvá, que tem de ser alimentada por uma fonte natural de água, desempenha ainda hoje um papel importante. As mulheres usam as que lhes são destinadas para recuperar a “pureza ritual”, designadamente após o ciclo menstrual ou depois de um parto. Os regulamentos obrigam a que todo o corpo entre em contacto com a água e as mikvá actuais têm geralmente uma funcionária encarregada de ajudar as mulheres a cumprir correctamente este e outros preceitos.
piscina para rituais religiosos judaicos
Pormenor da piscina para rituais religiosos judaicos (mikvá)

Banhos judaicos medievais descobertos em Coimbra (1)

Uma rotura de canos num prédio de Coimbra levou à descoberta do que se julga ser uma estrutura medieval destinada a banhos rituais femininos judaicos. Esta espécie de pequena piscina para fins religiosos apareceu na cave de um edifício da Rua do Visconde da Luz, na área da antiga judiaria da cidade, e está surpreendentemente bem preservada. O arqueólogo Jorge Alarcão diz que, neste estado de conservação, “pode ser caso único em Portugal”. E o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, embora ressalve que “o estudo do achado ainda está a decorrer”, admite que se trate da “descoberta arqueológica mais importante que se fez em Coimbra ao longo dos últimos 70 anos”. Ou seja, depois da descoberta do criptopórtico romano, agora devidamente recuperado e visitável no recentemente reaberto Museu Nacional Machado de Castro, o achado destes banhos judaicos promete oferecer mais uma peça importante ao património de Coimbra. O que para já se trouxe à luz parece ter boas possibilidades de ser um dos mais antigos banhos rituais judaicos (mikvá) descobertos na Europa, já que tudo indica que não seja posterior ao século XIV. E se efectivamente se destinava a banhos rituais femininos, é ainda mais raro. A comunidade judaica está documentada em Coimbra desde tempos anteriores à nacionalidade, e sabe-se que a Rua de Visconde da Luz, outrora chamada do Coruche, era um dos limites da chamada judiaria velha, que terá sido desactivada no reinado de D. Fernando I, por volta de 1370. Daí que Jorge Alarcão acredite que estes banhos “já funcionavam certamente antes do tempo de D. Fernando”.
Piscina para rituais religiosos judaicos
Pequena piscina para rituais religiosos judaicos em cave de uma habitação na Rua Visconde da Luz (Coimbra)


Tráfico de património da civilização egípcia

O Governo egípcio tem feito um enorme esforço para travar o contrabando do seu património e recuperar muitas das peças históricas que perdeu no meio da instabilidade política dos últimos anos. A iniciativa mais recente, este mês [dezembro de 2013], visou as leiloeiras Sotheby’s e Gorny & Mosch, ameaçadas de processos judiciais se não conseguissem provar a proveniência legal de peças levadas a leilão. O Ministério das Antiguidades egípcio controla, através da Internet, os lotes que são levados a leilão e recentemente pediu à norte-americana Sotheby’s que retirasse de venda 23 peças do Antigo Egipto, um conjunto que incluía estátuas, bustos, vasos e fragmentos de inscrições. O Egipto já conseguiu a devolução de peças que estavam em Israel e que iam ser entregues a uma leiloeira israelita; recentemente foi o Governo francês a devolver cinco peças que tinham sido roubadas do Egipto depois da revolta da Primavera Árabe, em 2011, e que iam ser vendidas online e uma outra colecção de artefactos antigos, que estava nos Estados Unidos, deverá também ser devolvida ao Egipto nos próximos dias, depois de três anos de negociações para que as autoridades egípcias pudessem provar a propriedade das peças, encontradas durante escavações ilegais. Ao mesmo tempo que decorre este esforço de recuperação do património, o Museu Egípcio do Cairo, onde estão guardadas muitas das mais valiosas peças do Egipto faraónico, enfrenta também uma luta pela sobrevivência. Muitas das manifestações, protestos e confrontos a que o Cairo tem assistido, e que antecederam o afastamento do islamista Mohammed Morsi da Presidência, aconteceram precisamente na Praça Tahrir, onde fica situado o museu. Apesar disso, há planos ambiciosos para o futuro das antiguidades egípcias. Está já a nascer junto à Pirâmide de Gizé um novo grande museu, o Grand Egyptian Museum (GEM), para as antiguidades do período faraónico – uma colecção tão grande que mais de metade não pode ser exposta no Museu da Praça Tahrir. Está previsto que o novo museu abra em 2015, e receba, entre muitos outros objectos, o tesouro de Tutankhamon.
Antigo Egipto
Sarcófago de Tutankhamon

25/12/2013

Modernismo

Chama-se genericamente modernismo ao conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que caracterizaram as artes da primeira metade do século XX. Encaixam-se nesta classificação a literatura, a arquitetura, o design, a pintura, a escultura, o teatro e a música modernas. O movimento modernista baseou-se na ideia de que as formas "tradicionais" das artes, da organização social e da vida quotidiana tornaram-se ultrapassadas e que deviam dar lugar uma nova estética cultural. A primeira metade do século XIX na Europa foi marcada pelo movimento romântico, baseado na experiência individual subjetiva, na supremacia da Natureza como um tema padrão na arte, meios de expressão revolucionários ou radicais e na liberdade do indivíduo. Duas escolas originadas em França gerariam um impacto particular no final desse século. A primeira seria o Impressionismo, a partir de 1872, uma escola de pintura que argumentava que o ser humano não via objetos, mas a própria luz refletida pelos objetos. A segunda escola seria o Simbolismo, marcado pela crença de que a linguagem é um meio de expressão simbólico e que a poesia e a prosa deveriam seguir conexões que as curvas sonoras e a textura das palavras pudessem criar. Tendo suas raízes em As Flores do Mal, de Baudelaire, publicado em 1857, poetas Rimbaud, Lautréamont e Stéphane Mallarmé seriam de particular importância. Na década de 1890 uma linha de pensamento passou a defender que era necessário deixar completamente de lado as normas prévias e, ao invés de meramente revisitar o conhecimento passado à luz das técnicas atuais, seria preciso implantar mudanças mais drásticas. Nos primeiros quinze anos do século XX, uma série de escritores, pensadores e artistas fizeram a rutura com os meios tradicionais de se organizar a produção cultural.
olive trees
Vincent van Gogh, Olive trees - 1889



20/12/2013

Castelo de Torres Novas

O Castelo de Torres Novas em posição dominante sobre a cidade, à margem do rio Almonda, integrante da chamada Linha do Tejo, permanece como ex-libris da povoação. É certo que aqui existia uma povoação Muçulmana à época da Reconquista cristã da Península Ibérica, cuja posse deve ter oscilado ao sabor dos avanços e recuos da linha fronteiriça. Embora se acredite que uma conquista inicial remonte a 1135, perdida em 1137, no contexto da fundação e primeira destruição de Leiria, as fontes documentais são acordes em que Turris foi definitivamente conquistada pelas forças sob o comando de D. Afonso Henriques (1112-1185) em 1148, na sequência das conquistas de Santarém e Lisboa, no ano anterior. Admite-se que o soberano ter-lhe-á promovido reforços nas defesas, ou mesmo iniciado a reconstrução do castelo, quando a povoação terá acrescida à sua toponímia a designação "Novas", distinguindo-a da homónima, no Distrito de Lisboa, que passou a ser conhecida como Torres "Velhas" (Torres Vedras). Desse modo, embora figure como "Torres" em documento de 1159, no testamento do soberano, datado de 1179, já figura como "Torres Novas".




19/12/2013

Anglicanismo

Anglicanismo é a designação de uma tradição dentro do Cristianismo que inclui a Igreja de Inglaterra e outras igrejas historicamente ligadas àquela ou que têm crenças, práticas e estruturas semelhantes. O termo Anglicano tem origem em ecclesia anglicana, uma expressão medieval latina datada de c. 1246 e que significa Igreja Inglesa. Os adeptos do Anglicanismo são designados por Anglicanos. A grande maioria dos Anglicanos são membros de igrejas que fazem parte da Comunhão Anglicana internacional. Contudo, existem algumas igrejas fora da Comunhão Anglicana que se consideram, também, Anglicanos, em particular aqueles que se designam por igrejas do Movimento Anglicano Contínuo.
A fé dos Anglicanos tem por base as escrituras, as tradições da Igreja Apostólica, da sucessão apostólica e dos Pais da Igreja iniciais. O Anglicanismo declarou a sua independência do pontificado romano no período da Regulamentação religioso de Isabel I, o qual é designado por monasticismo britânico. Muitos dos formulários anglicanos de meados do século XVI são semelhantes àqueles do Protestantismo reformado contemporâneo, e estas reformas na Igreja de Inglaterra foram vistas pelo Arcebispo da Cantuária, Thomas Cranmer, como um meio termo entre duas das tradições Protestantes emergentes, nomeadamente o Luteranismo e o Calvinismo. No final do século, a manutenção no Anglicanismo de muitas formas litúrgicas tradicionais, e o episcopado, eram vistas como inaceitáveis por aqueles que divulgavam os princípios do Protestantismo.
westminster abbey
Abadia de Westminster

Calvino

Calvino (Noyon, 10 de julho de 1509 — Genebra, 27 de maio de 1564) foi um teólogo cristão francês. Calvino teve uma influência muito grande durante a Reforma Protestante, uma influência que continua até hoje. A forma de Protestantismo que ele ensinou e viveu é conhecida por Calvinismo. Esta variante do Protestantismo viria a ser bem sucedida em países como a Suíça (país de origem), Países Baixos, África do Sul (entre os africânderes), Inglaterra, Escócia e Estados Unidos. Nascido na Picardia, ao norte da França, foi batizado com o nome de Jean Cauvin. A tradução do apelido de família "Cauvin" para o latim Calvinus deu a origem ao nome "Calvin", pelo qual se tornou conhecido. Calvino foi inicialmente um humanista. Depois do seu afastamento da Igreja católica, este intelectual começou a ser visto, gradualmente, como a voz do movimento protestante, pregando em igrejas e acabando por ser reconhecido por muitos como "padre". Vítima das perseguições aos protestantes na França, fugiu para Genebra em 1536, onde faleceu em 1564. Genebra tornou-se definitivamente num centro do protestantismo Europeu.
Jean Calvin
Calvino

18/12/2013

Martinho Lutero

Martinho Lutero, (Eisleben, 1483 — Eisleben, 1546) foi um sacerdote católico agostiniano e professor de teologia que foi figura central da Reforma Protestante. Contestando a alegação de que a liberdade da punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada, confrontou o vendedor de indulgências Johann Tetzel com suas 95 Teses em 1517. A sua recusa em retirar seus escritos a pedido do Papa Leão X em 1520 e do Imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521 resultou em sua excomunhão pelo Papa e a condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano Antigo. Lutero ensinava que a salvação não se consegue com boas ações, mas é um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça, através da fé em Jesus como único redentor do pecador. Apesar disso, nas suas teses não negava a necessidade da confissão, considerando-a necessária para o perdão da falta. A sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo. Aqueles que se identificavam com os ensinamentos de Lutero eram chamados luteranos.
Lutero com tonsura monástica

16/12/2013

Reforma Protestante no século XVI

A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão culminado no início do século XVI por Martinho Lutero, quando através da publicação de suas 95 teses, em 31 de outubro de 1517 na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo romano. Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contra-Reforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento.
O resultado da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes.
Martinho Lutero
Martinho Lutero

Primeira exposição do Museu do Prado em Lisboa

“RUBENS, BRUEGHEL, LORRAIN. A Paisagem Nórdica do Museu do Prado” em Lisboa, no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) − exposição de 57 pinturas de grandes mestres do século XVII −, é a primeira exposição em Portugal composta exclusivamente por obras do Prado, um dos mais importantes museus do mundo. A coleção de paisagens flamengas e holandesas do Prado conta com inquestionáveis obras-primas de alguns dos seus principais representantes, pintores que foram responsáveis pela consolidação da paisagem como género pictórico autónomo. As coleções reais espanholas são o núcleo original de onde provém a maioria dos quadros que compõem a exposição do MNAA. Na segunda metade do século XVI, começa a observar-se uma mudança nas temáticas usadas pelos artistas do norte da Europa, sobretudo dos Países Baixos, que os italianos designavam na época por “nórdicos”. Ao longo do século XVII, pintores e colecionadores afastam-se dos motivos heróicos, característicos da pintura histórica, acercando-se de temas mais quotidianos, que passam a considerar dignos de serem representados. Entre esses temas, encontra-se a paisagem, que acaba por tornar-se num género pictórico independente. Esta exposição encontra-se dividida em nove núcleos, correspondentes às diversas tipologias da paisagem, surgidas na Flandres e na Holanda: “A Montanha: encruzilhada de caminhos”, “O Bosque como Cenário: a vida no bosque, o bosque bíblico e a floresta encantada, encontro de viajantes”, “Rubens e a Paisagem”, “A Vida no Campo”, “No Jardim do Palácio”, “Paisagem de Gelo e de Neve”, “Paisagem de Água: marinhas, praias, portos e rios”, “Paisagens Exóticas, Terras Longínquas” e, ainda, “Em Itália Pintam a Luz”. Os mais destacados mestres da paisagem nórdica do século XVII compõem esta mostra, com obras tão importantes como Paisagem Alpina, de Tobias Verhaecht, A vida no Campo, A Abundância e os Quatro Elementos e Boda Campestre de Jan Brueghel o Velho, além de A Visão de Santo Huberto, pintada em colaboração com Rubens, Paisagem com Ciganos e Tiro ao Arco, de David Teniers, ou os dramáticos Cerco de Aire-sur-la-Lys, de Peeter Snayers, e Bosque, de Simon de Vlieger. As duas tipologias mais características das paisagens pintadas por artistas do do norte da Europa – a paisagem de inverno e a paisagem de água - estão representadas, entre outras, pela delicada pintura O Porto de Amesterdão no Inverno, de Hendrick Jacobsz. Um Porto de Mar ou Desembarque de Holandeses no Brasil, de Jan Peeters, aludem a terras longínquas, às quais o comércio marítimo fez chegar os holandeses. Por último, Rubens, o grande mestre da paisagem nórdica, com a soberba pintura Atalanta e Meleagro Caçando o Javali de Cálidon.
A exposição termina com algumas das paisagens encomendadas pelo rei Felipe IV de Espanha a Claude Lorrain e a Jan Both, para decorar o Palácio do Bom Retiro de Madrid. Dois jovens pintores que iniciaram em Roma a chamada paisagem italianizante.
Boda campestre
JAN BRUEGHEL, O VELHO - Boda Campestre (c. 1621-1623)
Madrid, Museu Nacional do Prado


15/12/2013

Democracia Ateniense

Democracia (grego: δεμοκρατια; demos = povo + cracia = poder) é o nome dado a uma forma de governo adotada em Atenas a partir do século VI a.C.. Considerada a matriz da democracia moderna, a democracia ateniense vigorou por muitos anos após a instauração de sua forma primitiva com as reformas de Sólon por volta de 590 a.C. Embora a democracia possa ser definida como "o governo do povo, pelo povo e para o povo", é importante lembrar que o significado de "governo" e "povo" na pólis ateniense difere das democracias contemporâneas. Enquanto a atual democracia considera o "governo" um corpo formado por representantes eleitos e o "povo" como um conjunto de cidadãos próprios de uma nação, homens e mulheres, a partir dos 18 anos, os atenienses consideravam o "governo" como sendo a assembleia (eclésia) que tomava decisões (democracia direta) e o "povo" identificava-se com os cidadãos: indivíduos do sexo masculino, filhos de pais atenienses, com o serviço militar cumprido. Estes constituíam cerca de 12% da população que habitava em Atenas no século V a.C..
eclésia, ekklesia
Reconstituição de uma reunião da Eclésia

09/12/2013

Charleston

O Charleston é uma dança surgida na década de 1920 pouco depois da Primeira guerra mundial, sendo um divertimento dos cabarés, onde as mulheres dançavam e mostravam mais as pernas porque as saias eram mais curtas e tinham o cabelo à " la garçonne". O nome se origina da cidade de Charleston. na Carolina do Sul. Dança vigorosa e popular, caracterizada por movimentos dos braços e projeções laterais rápidas dos pés. Originalmente era dançada pelos negros do sul dos Estados Unidos e recebeu o nome da cidade de Charleston, na Carolina do Sul. Dançavam em pistas de clubes, como o Cotton Club, ao som de uma orquestra formada exclusivamente por negros e frequentada por uma elite branca. As mulheres agitam os vestidos curtos, de cintura baixa e muitas franjas e, ao som do charleston, balançando os longos colares de cristal ou ondulando as plumas e os leques. As mãos cruzavam e descruzavam sobre os joelhos, levemente curvados cobertos por meias de seda em tons de bege, sugerindo pernas nuas, que se encostam e se afastam, seguindo o ritmo frenético. Num outro passo, levantavam as pernas e finalizavam com os gestos das mãos no ar imitando pandeiros. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno.

Foxtrote

O foxtrote é uma dança de salão de origem norte-americana, surgida por volta de 1912. Ela é caracterizada por movimentos longos e contínuos, cuja direção segue o sentido anti-horário, em andamento suave e progressivo. Dança-se para música executada pelas grandes bandas de jazz – as big bands (geralmente com acompanhamento vocal) – com sensação de elegância e sofisticação. Visualmente a dança assemelha-se à valsa, embora o ritmo seja quaternário (em vez do ritmo ternário da valsa). Desenvolvido logo após a Primeira Guerra Mundial, o foxtrote atingiu o auge de popularidade na década de 1930.
A origem exata do nome da dança é desconhecida. Uma hipótese afirma que o nome foxtrot (literalmente "trotar da raposa") faz alusão a danças primitivas de origem africana, praticadas por afro-americanos, cuja coreografia imitava passos de animais e que teria inspirado o estilo de dança original do foxtrote. Outra hipótese de origem vincula o nome da dança ao de seu primeiro divulgador, o ator de vaudeville Harry Fox.

foxtrot
Cartaz da época