18/12/2015

Conhecer a história do presépio português através de 25 presépios. Exposição no Museu Nacional de Arte Antiga

"O presépio é um tema fortíssimo na cultura portuguesa”. É assim que António Filipe Pimentel, director do Museu Nacional de Arte Antiga, se refere ao tema da nova sala do museu dedicada à história do presépio português e inaugurada na quinta-feira.
A narrativa é contada cronologicamente. O percurso inclui 25 obras, criadas entre o século XVI e XIX. A grande surpresa revela-se logo no início: dois torsos e uma asa, fragmentos de figuras do presépio do Convento de Santa Catarina da Carnota (Alenquer), o mais antigo presépio português feito em barro, que remonta a 1570. Foi encomendado pela infanta D. Maria, filha do rei D. Manuel, para o presépio do convento, ao retirar-se para Alenquer devido à peste de 1569.
Há referências documentais que provam a existência de presépios em Portugal pelo menos desde o século XVI, mas até há pouco tempo não se sabia da existência física desses presépios.
A escultura presepista portuguesa do século XVII é ilustrada por dois anjos do presépio do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. A partir do século XVII o presépio começa a individualizar peças preparando aquilo que será depois o presépio português, que se vai complexificando. O número de figuras vai aumentando e, ao longo do século, o presépio vai ganhando cenas de género, que se intensificam na viragem para o século XVIII nas obras de António Ferreira.
António Ferreira é um dos grandes presepistas portugueses e é aquele que Machado de Castro vai admirar e que diz que foi o grande criador do estilo pastoril. Foi com as obras de António Ferreira que se introduziram as cenas pastoris e de vegetação, presentes por exemplo no Presépio do Convento da Nossa Senhora das Necessidades (Lisboa), que já é um presépio característico português, moldado em barro, ao contrário do presépio napolitano, e que se desenvolve sobre um torrão, uma estrutura em cortiça e madeira que nos dá um sentido de perspectiva, quase um sentido pictórico e 3D.
Ao contrário do que se julga, Machado de Castro fez muito poucos presépios. Trabalhou no presépio da Basílica da Estrela e no da Sé. A inovação de Machado de Castro passa por trazer para primeiro plano os reis magos, e não os pastores como era habitual, dando um maior estatuto aos presépios, que eram muitas vezes encomendas da família real. Os grandes presepistas são os que antecipam Machado de Castro, e a exposição mostra obras de outros nomes da escultura presepista portuguesa como António Ferreira, Silvestre de Faria Lobo, Faustino José Rodrigues e José Joaquim de Barros, conhecido como Barros Laborão.
Um dos grandes destaques da sala é o presépio do Convento das Salésias (Lisboa), que se apresenta dentro de uma maquineta (armário do século XVIII). Este presépio une o sentido quase encantatório dos presépios ao sentido teológico. Entre vários pormenores como espelhos e conchas, o presépio mostra diversas cenas, como a Natividade, a Anunciação e o primeiro sonho de Jacó. Tem este sentido de maravilha, de uma máquina que se abre e nos dá a conhecer, [quase como se fosse] uma caixa de surpresas.
O percurso termina com Barros Laborão, o grande presepista dos finais do século XVIII e dos presépios barrocos. O presépio do Paço Patriarcal de São Vicente ilustra o trabalho do escultor. Na sua obra é evidente a enorme qualidade escultórica, a qualidade compositiva, o dramatismo e a elegância das figuras, que já apontam no sentido do rococó, se não até mais longe. A história do presépio em Portugal culminará na Capela das Albertas, marco do barroco nacional que tem reabilitação prevista para breve, e onde será exposto o Presépio dos Marqueses de Belas, terminado na primeira década do século XIX.
O director do MNAA, António Filipe Pimentel, atribui à sala uma “grande capacidade pedagógica, onde é fácil trazer turmas e contar-lhes a história do presépio em Portugal”.
Tocador de Sanfona, de António Ferreira (primeira metade do século XVIII) MNAA
Tocador de Sanfona, de António Ferreira (primeira metade do século XVIII) MNAA.

15/12/2015

Goya: The Portraits - exposição na National Gallery de Londres

A crítica é unânime: é a exposição do ano no Reino Unido, uma das melhores da década. Goya: The Portraits, na qual a National Gallery de Londres nos dá o mestre espanhol como retratista, é a sensação do calendário internacional das artes neste Inverno. Nunca antes, Francisco de Goya (1746-1828), considerado por muitos como o último dos clássicos e o primeiro dos modernos espanhóis, tinha tido uma exposição focada apenas nos seus retratos e é por isso também que a mostra de Londres surpreende. São 70 obras, oriundas das mais diversas colecções (privadas e públicas), reunidas pela primeira vez num só espaço. São sete salas nas quais a vida de Goya se cruza com a história do seu país.
Há muito tempo que conhecemos muitos dos seus retratos mas provavelmente nunca olhámos para eles como um todo, até porque estes são apenas uma parte da vasta e importante obra de Francisco de Goya, que pintou até morrer, passava já dos 80 anos. Segundo os estudiosos da obra do espanhol, resistem hoje cerca de 150 retratos, um terço da obra total – quase metade está exposta na National Gallery na exposição inaugurada em Outubro e que se mantém até ao dia 10 de Janeiro de 2016.
Até agora, os retratos de Goya têm sido estudados como uma subsecção dentro da sua obra, não tendo sido vistos ou pensados de forma isolada. Goya: The Portraits, procurou contar a história da vida extraordinária do espanhol e os tempos turbulentos que viveu através dos seus retratos, dando vida a uma área menos conhecida da sua carreira e que foi claramente muito importante.
Quando entramos na exposição, somos recebidos pelo auto-retrato de Goya aos 34 anos, muito pouco tempo antes de Goya se tornar Goya, o artista bem relacionado e desejado por todos. Foram precisos três anos para que Goya conseguisse a sua primeira encomenda importante: o "Retrato do Conde de Floridablanca", o magistrado nomeado primeiro-ministro pelo rei Carlos III. Estávamos em 1783 e as portas dos círculos oficiais de Madrid abriam-se para o pintor – o Infante D. Luís de Bourbon, irmão mais novo de Carlos III, foi o seu primeiro grande patrono. Goya passou algum tempo na residência deste e foram vários os retratos de família que ali produziu, com destaque para "A Família do Infante D. Luís" (1784), um óleo de grandes dimensões com uma cena doméstica e que representava o primeiro retrato grande de grupo feito por Goya. Obra que recorda "As Meninas", pintada em 1656 por Diego Velázquez (1599-1660): ambas retratam uma cena íntima familiar e nas duas pinturas os dois artistas representam-se na tela à esquerda. Tanto o "Retrato do Conde de Floridablanca", que pertence à colecção do Banco de España, como "A Família do Infante D. Luís", há décadas na fundação italiana Magnani Rocca, em Parma, integram esta exposição.
Conhecer a obra de Goya não passa apenas pela sua vida mas também por aquelas que foram as suas referências e que de várias formas o pintor foi prestando homenagem nos seus trabalhos. "A Família do Infante D. Luís" é um exemplo mas há mais para descobrir nesta exposição de Londres. É já famoso o que o Javier, filho de Goya, disse, que o seu pai tinha três mestres: Velázquez, Rembrandt e a Natureza. Velázquez é talvez o mais importante quando falamos de retratos. Não só Goya imitou o confiante trabalho com o pincel para capturar realces e texturas, como também foi buscar emprestados formatos e poses de Velázquez: para os seus retratos de Carlos III e Carlos IV com roupa de caça, Goya recorreu claramente ao retrato que Velázquez fez de Filipe IV. No final dos anos 1770, Goya estudou, copiou e gravou os retratos de Velázquez na Colecção Real Espanhola e por isso estava muito familiarizado com o trabalho do artista. Vale a pena recordar também que Goya aspirou a tornar-se no Primeiro Pintor da Câmara do Rei, um lugar que Velázquez havia ocupado cerca de 150 anos antes e para o qual mais nenhum artista espanhol tinha voltado a ser apontado.
A reputação de Goya crescia de tal forma que este não se ficava apenas pela corte, tornando-se no pintor predilecto de todas as figuras importantes da sociedade (aristocratas, políticos, intelectuais, militares, etc.). Em 1789, depois da morte de Carlos III, Goya ocupa finalmente o ambicionado cargo de Primeiro Pintor da Câmara do Rei, nomeado então por Carlos IV.
A sua forma de pintar, que rejeitava a idealização dos retratados e introduzia elementos originais, não se sentindo obrigado a fazer com que aqueles que posavam para si parecessem bonitos ou perfeitos, fez de Goya um retratista único. Os retratos de Goya têm uma honestidade e uma modernidade que, ainda hoje, atingem em cheio o público. As pessoas falam muitas vezes da intensidade psicológica dos retratos de Goya, mas a sua abordagem ao retrato foi antes de tudo a descoberta da verdade – pintar a essência da pessoa que se sentava à sua frente. Isto é o que todos os retratistas querem alcançar e é o que torna os seus retratos relevantes para nós, mesmo hoje, 200 anos depois. Goya fugia ao estereótipo – o próprio dizia que na pintura não havia regras. E isso fica claro ao percorrer a exposição. A cada sala, uma nova faceta do mestre. Goya arriscava. Tanto se podia focar nas feições de quem pintava como em detalhes como o calçado ou o vestuário. Goya não foi um pintor, Goya foi vários.
Através da variedade de objectos em exposição, vê-se claramente a evolução do estilo de Goya: dos primeiros retratos nos anos 1780, aos retratos extremamente confiantes dos anos 1790 e inícios de 1800, aos últimos que pintou durante o exílio auto-imposto em Bordéus, nos anos 1820. A diversidade dos retratos de Goya é notavelmente evidente – não há um retrato que se pareça com outro e Goya consegue sempre reinventar o retrato.
Diferente também é poder apreciar algumas destas obras expostas lado a lado pela primeira vez. A National Gallery oferece a todos uma oportunidade única de ver tantos retratos de Goya, reunidos num só lugar. É uma oportunidade de ver grupos de retratos reunidos, como é o caso do Conde de Altamira [um óleo de 1787 e que pertence à colecção do Banco de España], com a sua mulher [A Condessa de Altamira, de 1787-8, da Lehman Collection, Nova Iorque], e o filho [Manuel Osorio Manrique de Zuñiga, 1788, Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque], juntamente com a sogra do conde [A Viúva Marquesa de Vilafranca, 1796, Museu do Prado, Madrid], e o seu cunhado, o Marquês de Vilafranca e mais tarde Duque de Alba [óleo de 1795, Museu do Prado, Madrid].
Goya: The Portraits é uma ocasião, que dificilmente se repetirá, pelo menos desta dimensão, para ver ao vivo retratos que estão normalmente em mãos privadas. Algumas peças emprestadas podem ser vistas pela primeira vez como é o caso de "Don Valentín Bellvís de Moncada y Pizarro" (Fondo Cultural Villar Mir, Madrid) ou o desenho de "Francisco Otín" (colecção privada). Outras, raramente viajaram – se é que alguma vez viajaram – para fora das suas casas habituais, como acontece com "A Duquesa de Alba" da The Hispanic Society of America, que está no Reino Unido pela primeira vez, assim como o par excepcional de retratos de "Carlos IV Com Roupa de Caça" e "Maria Luísa com uma Mantilha Vestida", os dois do Palácio Real, em Madrid. A estrela da exposição é mesmo a pintura a óleo da "Duquesa de Alba" (1762-1802), uma das mulheres mais destacadas da sociedade espanhola e com quem Goya mantinha uma relação muito próxima. Vestida com o traje tradicional espanhol, a duquesa, já viúva, aponta o dedo indicador para o chão onde se lê, ao contrário, "solo Goya". É justamente um dos ícones do retrato europeu do século XVIII. Também se destaca o retrato de "Josefa Bayeu", a mulher de Goya, e cuja obra pertence a uma colecção privada. Este desenho mostra um lado mais privado de Goya. É um esboço íntimo da sua mulher, de perfil, sentada numa humilde cadeira de cozinha. A privacidade deste desenho, que provavelmente nunca foi pensado para ser exposto em público, é um maravilhoso contraponto aos retratos mais pomposos de Goya da aristocracia espanhola, pelos quais era mais conhecido.
Existe uma sala nesta exposição dedicada aos colegas artistas e amigos de Goya. Os retratos nesta sala estão entre os seus mais francos, íntimos e realistas: é como se Goya estivesse realmente numa conversa com os retratados. Os retratos variam de escala e de suporte, de um desenho a giz vermelho do historiador de arte "Juan Agustín Ceán Bermúdez" (colecção privada), na qual podemos ver o requintado controlo de Goya no uso de giz; à pintura de pequena escala de um homem que se pensa ser "Asensio Julià" (Museo Thyssen-Bornemisza, Madrid), que a determinado momento pertenceu ao comerciante francês Paul Durand-Ruel e em cuja posse foi provavelmente visto por Édouard Manet; a toda uma série de retratos de artistas (entre os quais, um dourador, um arquitecto e uma actriz). Nestes retratos dos amigos pode-se ver que Goya estava livre de qualquer constrangimento – ele sentia que podia representar estas pessoas da maneira que mais desejasse, e essa liberdade está reflectida na sua ousada e expressiva técnica de pintura.
Pinturas, desenhos, uma litografia, miniaturas em cobre e retratos com figuras múltiplas em grandes telas. As obras vieram de todo o mundo – e foi difícil convencer as pessoas a participarem com as suas obras-primas de Goya. A exposição esteve em preparação dez anos e as negociações dos empréstimos às vezes foram tensas.
No final, na sétima sala, o último quadro que vemos é o retrato de "Mariano Goya e Goicoechea", o neto que Goya foi capaz de pintar pouco antes de morrer. É o último trabalho que se conhece do pintor, feito provavelmente no Verão de 1827, quando Goya tinha 81 anos – pertence ao Meadows Museum, em Dallas, nos Estados Unidos.
Replicar esta exposição para outro museu não parece ser opção. A resposta do público também tem sido impressionante.
Goya
Auto-retrato de Goya datado de 1792-5.
MUSEO DE LA REAL ACADEMIA DE BELLAS ARTES DE SAN FERNANDO, MADRID
Goya
A Família do Infante D. Luís (1784)
FONDAZIONE MAGNANI ROCCA, PARMA
Goya
A Duquesa de Alba (1797)
MADRID, MUSEO NACIONAL DEL PRADO
Goya
Carlos IV Com Roupa de Caça (1799)
PATRIMONIO NACIONAL
Goya
Maria Luísa com uma Mantilha Vestida (1799)
PATRIMONIO NACIONAL
Goya
O neto de Goya, Mariano Goya y Goicoechea (1827)

04/12/2015

Há um documentário que desvenda parte da Lisboa romana

A descoberta de um fundeadouro romano no subsolo de Lisboa, feita pelos arqueólogos durante a construção de um parque de estacionamento na Praça D. Luís I, deu origem a um documentário. Com esta obra, que inclui uma recriação em três dimensões de Olisipo, Raul Losada quer dar a conhecer a cidade com cerca de dois milénios que se esconde debaixo dos nossos pés.
O documentário Fundeadouro Romano em Olisipo, é apresentado como “um projecto de divulgação do património arqueológico”.
A história deste documentário começa com a notícia da descoberta, pelos arqueólogos da empresa ERA - Arqueologia, de um fundeadouro romano, durante a construção de um parque de estacionamento subterrâneo da empresa Empark. Nesse local de ancoragem de embarcações, que terá sido usado pelo menos entre os séculos I a.C. e V d.C., foram também encontradas meia centena de ânforas e algumas peças de cerâmica. Entre os achados feitos nessa altura estava ainda uma madeira, com cerca de 8,5 metros de comprimento, que mais tarde se concluiu ser parte de uma embarcação romana que terá navegado no Atlântico.
Raul Losada, que trabalha como operador de imagem e mantém há vários anos no Facebook a página Portugal Romano (criada para divulgar a arqueologia romana em Portugal), leu a notícia e dirigiu-se às escavações com a intenção de obter autorização para fazer o seu registo. “Inicialmente a ideia era fazer um pequeno vídeo para publicar no Portugal Romano”, explica, acrescentando que o projecto foi crescendo até se perceber que havia “potencial” para um documentário.
Também envolvido no projecto foi César Figueiredo, um mestre em ilustração que nos últimos anos tem trabalhado na área da arqueologia e do património. A posposta inicial era que desenhasse um navio romano, mas o trabalho de “ilustração e arqueologia virtual em três dimensões” realizado para o documentário acabou por incluir uma reconstituição da cidade romana de Olisipo.  “Foi um trabalho monstruoso”, sublinha Raul Losada, para quem se trata de “uma inédita e surpreendente recriação”. César Figueiredo confirma que este foi um trabalho que demorou muitos meses a concluir, acrescentando que tal se deveu à necessidade de consultar uma série de fontes de informação e de promover várias reuniões com investigadores da área. O ilustrador admite que fazer "uma espécie de reatrato robot" da cidade há cerca de dois milénios envolveu algum risco, dado que o conhecimento que se tem dessa época “ainda é parco”, apesar haver “estudos recentes de vários investigadores” sobre a matéria. César Figueiredo adianta que a recriação em três dimensões foi feita tendo por base informações já dadas como certas, como “os limites da cidade”, “o traçado da muralha” e a localização de alguns “pontos-chave”, como as fábricas de produção de preparados de peixe e o teatro romano. “Temos consciência de que não é 100% a cidade que existia. É uma visão aproximada”, constata o ilustrador. “É a imagem do que era expectável ser a cidade”, corrobora Raul Losada, reconhecendo que são muitos os “pontos negros” que permanecem por desvendar e que por isso fazer esta recriação foi quase como montar um puzzle. “Todos os dias se estão a descobrir coisas em Lisboa", remata. Essa ideia é também sublinhada no documentário, no qual se diz que “aos poucos a Lisboa romana vai sendo revelada, muitas vezes por mero acaso”.
“Debaixo da cidade esconde-se uma outra Lisboa, praticamente desconhecida”, acrescenta-se no filme, que inclui o depoimento de investigadores e arqueólogos e se centra essencialmente no “achado singular” que foi o fundeadouro romano, no qual foram também encontrados “um notável conjunto de ânforas” e a madeira de uma embarcação, classificada como “um achado raro e uma das peças mais valiosas deste encontro feliz com o mundo romano”. Numa exibição do documentário que teve lugar na Ordem dos Arquitectos, o administrador da ERA - Arqueologia considerou que este é “um documento paradigmático do que devia ser feito na arqueologia portuguesa”, e que é “comunicar de forma alargada”. “Tendencialmente a arqueologia é muito escondida, muito envergonhada, muito realizada por trás de tapumes”, lamentou Miguel Lago, para quem isso “não faz sentido”. Para este responsável, o documentário Fundeadouro Romano em Olisipo “é um trabalho excepcional”, que “seguramente vai ter um impacto muito grande”. “Curiosamente foi feito não por uma instituição mas por uma pessoa individual”, notou ainda Miguel Lago.
Tanto Raul Losada como César Figueiredo têm a expectativa de que a concretização deste projecto, e a demonstração de que não só é possível fazer algo assim como de que há um público interessado, lhes abra portas e permita que este seja apenas o primeiro documentário de arqueologia feito pela dupla.

Fundeadouro romano em Olisipo
Reconstituição de Olisipo.