30/11/2013

Tempos Modernos

Tempos Modernos é um filme de 1936 de Charles Chaplin, em que o seu famoso personagem "Charlot"  tenta sobreviver no mundo moderno e industrializado. A cena que podes observar é considerada uma forte crítica ao fordismo. Neste filme Chaplin quis passar uma mensagem social. Tempos Modernos é ao mesmo tempo comédia, mesmo tempo drama e romance.

I Guerra Mundial 1914-1918

Primeira Guerra Mundial foi uma guerra global centrada na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. O conflito envolveu as grandes potências de todo o mundo, que se organizaram em duas alianças opostas: os Aliados (com base na Tríplice Entente entre Reino Unido, França e Império Russo) e os Impérios Centrais (originalmente Tríplice Aliança entre Império Alemão, Áustria-Hungria e Itália). Estas alianças reorganizaram-se (a Itália lutou pelos Aliados) e expandiram-se em mais nações que entraram na guerra. Em última análise, mais de 70 milhões de militares, incluindo 60 milhões de europeus, foram mobilizados em uma das maiores guerras da história. Mais de 9 milhões de combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços tecnológicos que determinaram um crescimento enorme na letalidade de armas. Foi o sexto conflito mais mortal na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas.
Entre as causas da guerra inclui-se as políticas imperialistas estrangeiras das grandes potências da Europa, como o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro, o Império Otomano, o Império Russo, o Império Britânico, a Terceira República Francesa e a Itália. Em 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo nacionalista jugoslavo Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia, foi o gatilho imediato da guerra, o que resultou em um ultimato Habsburgo contra o Reino da Sérvia. Diversas alianças formadas ao longo das décadas anteriores foram invocadas, assim, dentro de algumas semanas, as grandes potências estavam em guerra; através das suas colónias, o conflito estendeu-se ao planeta.
Soldados na I Guerra Mundial
Soldados nas trincheiras, Ypres 1917

Apontamentos de história local - Villa Cardílio

As ruínas romanas da Vila de Cardílio, situam-se a cerca de três quilómetros de Torres Novas, próximo da Caveira, foram postas a descoberto pelas escavações a cargo do coronel Afonso Paço, a partir de 1962. Esta zona, conhecida há muitos anos pela população local, era utilizada como pedreira de onde recolhiam matérias para a construção de habitações. A exploração arqueológica do local só começou por influência da Câmara de Torres Novas. Do vasto espólio recolhido, podemos destacar: moedas dos séculos II, III e IV, d.C. cerâmicas, bronzes, vidros assírios e egípcios, estuques coloridos, anéis e até uma estátua de Eros. Descobertas também as bases de um edifício, com mosaicos de cores vivas e motivos geométricos, predominando as tranças e entrelaçados, distribuídos pelas diversas salas, outros quadros representam aves, motivos agrícolas, os retratos dos donos da casa e inscrições em latim. O nome que é atribuído a esta estação arqueológica, deve-se a uma das inscrições que referem o nome de «Cardilium», provável dono desta vila, em que não faltava um jardim, sistema de distribuição de água e aquecimento.




Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci (Anchiano, 15 de abril de 1452 — Amboise, 2 de maio de 1519), uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. É ainda conhecido como o precursor da aviação e da balística. Leonardo frequentemente foi descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos e como possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido.


Capela Sistina

A Capela Sistina é uma capela situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa no Vaticano. É famosa pela sua arquitetura, inspirada no Templo de Salomão do Antigo Testamento, e sua decoração de frescos, pintada pelos maiores artistas da Renascença, incluindo Michelangelo, Rafael, Bernini e Sandro Botticelli. A capela tem o seu nome em homenagem ao Papa Sisto IV, que restaurou a antiga Capela Magna, entre 1477 e 1480. Durante este período, uma equipe de pintores que incluiu Pietro Perugino, Sandro Botticelli e Domenico Ghirlandaio criaram uma série de painéis de frescos que retratam a vida de Moisés e de Cristo, juntamente com retratos papais e de cenas bíblicas de Cristo. Estas pinturas foram concluídas em 1482. Hoje é o local onde se realiza o conclave, o processo pelo qual um novo Papa é escolhido.



Renascimento

Renascentismo é o termo usado para identificar o período da História da Europa dos séculos XV e XVI. Este período foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana que assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais usado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.
Chamou-se "Renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antiguidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista. O termo foi registado pela primeira vez por Giorgio Vasari no século XVI mas a noção de Renascimento como hoje o entendemos surgiu a partir da publicação do livro de Jacob Burckhardt, A cultura do Renascimento na Itália (1867), onde ele definia o período como uma época de "descoberta do mundo e do homem". O Renascimento cultural manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da península Itálica e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental, impulsionado pelo desenvolvimento da imprensa por Johannes Gutenberg. A Itália permaneceu sempre como o local onde o movimento apresentou maior expressão, porém manifestações renascentistas de grande importância também ocorreram na Inglaterra, Alemanha, Países Baixos e em Portugal.

23/11/2013

Império Romano

Iniciou-se em 27 a. C., a 16 de janeiro, com a ascensão de Augusto (Octávio) ao Império, na sequência daderrota imposta a Marco António e Cleópatra em Ácio (31 a. C.). Ocupou o sólio até 19 de agosto de 14 d.C., tendo sido o primeiro imperador, iniciando também a dinastia Júlio-Claudiana. Este título de imperador assumia não só uma conotação política mas também religiosa, com uma posição apoiada numa autoridade superior à de todos os magistrados romanos. O reordenamento político-institucional operado por Augusto lançou as bases da estrutura do governo imperial: através de uma hábil propaganda, redimensionou a política expansionista romana (organização das províncias em imperiais e senatoriais, estacionamento de legiões nas fronteiras) e criou um forte aparelho burocrático dinamizado essencialmente pela classe equestre; participação no governo imperial da plebe e dos estamentos em ascensão, através de mecanismo clientelares; restauração dos valores de romanidade; criação de colónias com veteranos de guerra; manutenção de uma paz civil durante um longo período de tempo, depois de várias lutas fratricidas. Todo este edifício legislativo de Augusto visava a estabilidade à pesada estrutura imperial e que não podia ser governado com os antigos mecanismos republicanos.

mapa do império romano
Mapa do Império Romano

Timgad

Timgad é uma cidade fundada de raiz pelos romanos por voltado ano 100 a. C. no território da atual Argélia, e que reflete um plano concebido pelos romanos para aplicar nas colónias do Império.
O urbanismo romano difundido por todo o Mundo, através das suas colónias no Norte de África, na Palestina, na Renânia e na Grã-Bretanha, simboliza a unidade e a centralização do poder que caracterizam esta civilização. As colónias eram construídas segundo um esquema preconcebido derivado da planificaçãode um campo militar (castrum), dividido em quarteirões regulares estruturados a partir de dois eixos, um cardo (eixo norte-sul) e um decumano (eixo este-oeste).
O centro urbano de Timgad é composto por quatro quarteirões racionais protegidos por um muro fortificado.No seu interior distribuíam-se as habitações e os edifícios mais importantes, a biblioteca, a Casa de Jano,as termas a este e no norte os banhos e o Templo de Ceres.

planta de timgad
Planta de Timgad

Pax Romana

A Pax Romana, expressão latina para "a paz romana", é o longo período de relativa paz, gerada pelas armas e pelo autoritarismo, experimentado pelo Império Romano que iniciou-se quando Augusto, em 28 a.C., declarou o fim das guerras civis e durou até o ano da morte de Marco Aurélio, em 180 d.C..
Este termo enquadra-se historicamente nos dois primeiros séculos do Império Romano, instaurado em 27 a.C. por Augusto. Neste período, a população romana viveu protegida do seu maior receio: as invasões dos bárbaros que viviam junto às fronteiras. Pax Romana era uma expressão já usada na época, possuindo um sentido de segurança, ordem e progresso para todos os povos dominados por Roma. Tem maior expressão nas dinastias imperiais dos Flávios (68-96) e dos Antoninos (96-192). Plínio, o Velho realçava já a "imensa majestade da paz romana, essa dádiva dos deuses que parece ter trazido os Romanos ao mundo para o iluminar".


pax romana
Ara Pacis


22/11/2013

Tácito

Tácito, (55 — 120) foi um historiador, orador e político romano. Ocupou os cargos de questor, pretor (88), cônsul (97) e procônsul da Ásia (c. 110-113). É considerado um dos maiores historiadores da Antiguidade. Escreveu por volta do ano 102 um Diálogo dos oradores e depois sobre a vida e o carácter de Júlio Agrícola, um elogio ao seu sogro, que havia sido um eminente homem público durante o reinado de Domiciano e que havia completado, como general, a conquista da Britânia, além de ter feito uma expedição à Escócia. As obras principais foram os Annales ("Anais") e as Historiae ("Histórias") que tinham por tema, respetivamente, a história do Império Romano no primeiro século, desde a morte de Augusto e a chegada ao poder do imperador Tibério até à morte de Nero (Annales), e da morte de Nero à de Domiciano (Historiae).
No livro XV dos Anais, Tácito descreve a perseguição que Nero empreende, culpando os cristãos pelo incêndio de Roma. Segundo Tácito, havia suspeitas de que o próprio Nero teria causado o incêndio. A passagem sobre os cristãos é considerada por muitos autores a primeira referência pagã à existência histórica de Jesus Cristo. Outra obra importante de Tácito foi o ensaio etnográfico Germânia, uma descrição detalhada da Germânia e seus povos, contra os quais a Roma da época de Trajano estava em guerra.
Tácito tem as características do historiador antigo: o gosto pela moralização - ele é um severo juiz de carácter -, pelo retrato dos grandes homens, o mais absoluto desinteresse pelo povo comum e o amor à retórica dos grandes discursos.

Historiador romano
Tácito

20/11/2013

Tito Lívio

Tito Lívio (Pádua, c. 59 a.C. — Pádua, 17). é o autor da obra histórica intitulada Ab urbe condita ("Desde a fundação da cidade"), onde tenta relatar a história de Roma desde o momento tradicional da sua fundação 753 a.C. até ao início do século I da Era Cristã.
De origem humilde, a base de sua educação foi o estudo de filosofia. Cresceu em meio às guerras civis que assolaram a Itália antes e depois da morte de Júlio César, e que se encerraram com a vitória de Octávio. Estabeleceu-se em Roma no ano de 30 a.C. e adquiriu grande prestígio junto Imperador, sendo nomeado preceptor do jovem Cláudio. Faleceu em Pádua no ano de 17.
Tito Lívio escreveu primeiro algumas obras filosóficas, todas elas perdidas. Nos últimos quarenta anos de sua vida dedicou-se à narrativa da História de Roma, desde a sua fundação até o ano de 9 d.C. Essa obra, denominada Ab Urbe condita, é composta por 142 livros, dos quais apenas se conhecem 35. Foi uma realização impressionante em tamanho e abrangência, tornando-se posteriormente um clássico e influenciando a historiografia produzida até o século XVIII — grandes influências foram sentidas em Nicolau Maquiavel, Alexis de Tocqueville e Montesquieu. Para escrever sua obra, Tito Lívio recorreu a diversos textos escritos por historiadores anteriores, dos quais a maioria dos textos sobreviveu apenas em pequenos fragmentos. Contudo, em boa parte da quarta e quinta década de Tito Lívio (ou, seja, dos livros 30 até 45) podemos ver a utilização direta da obra do grego Políbio como fonte, o que nos permite fazer hoje comparações metodológicas importantes a respeito da forma de se escrever história no mundo antigo.
A obra está concebida sobre secções cronológicas marcadas pelos eventos mais importantes de cada ano, tais como a eleição de cônsules, que são usados como pontos de referência e datação. Uma epítome, ou resumo de todos os livros, foi compilada no Baixo Império e é conhecida como Periochae. Sua importância para o estudo de Tito Lívio é fundamental, pois nos permite obter alguma informação sobre o conteúdo dos livros perdidos. Muitos autores romanos usaram a obra de Lívio como fonte.


Historiador Romano
Tito Lívio em representação do século XX

18/11/2013

Políbio

Políbio (Megalópolis, c. 203 a.C. — 120 a.C.) foi um geográfo e historiador da Grécia Antiga, famoso pela sua obra Histórias, cobrindo a história do mundo Mediterrâneo no período de 220 a.C. a 146 a.C.. Fazendo parte da nobreza da sua cidade natal ingressou na atividade política, devotando-se à defesa da independência da Liga Aqueia. Chegou a ser eleito hiparco (comandante de cavalaria) do exército da liga, e encaminhava-se para uma brilhante carreira política que foi subitamente interrompida na Terceira Guerra da Macedónia (171 a.C. - 168 a.C.), que opôs Roma a Perseu da Macedónia. Políbio liderou a defesa da neutralidade da Acaia naquele conflito mas não conseguiu conquistar a confiança romana, o que derrotou as intenções de neutralidade da liga. Em consequência, os romanos decidiram levar 1000 nobres da Aqueia como reféns para Roma em 167 a.C., forçando-os a permanecer no exílio durante 17 anos. Entre estes reféns, encontrava-se Políbio. Sendo um homem culto, teve a oportunidade de ser preceptor do jovem Cipião Africano, futuro herói da Terceira Guerra Púnica, estabelecendo laços que os ligariam durante toda a vida. Apesar de em 150 a.C. ter obtido, por intercessão de Cipião, a possibilidade de regressar à Aqueia, parece ter previsto o choque inevitável das pretensões de independência da Liga e dos desejos romanos de submissão incondicional, e decidiu acompanhar Cipião, como conselheiro informal, nas suas campanhas na Numância e na guerra contra Cartago. Assim, presenciou a destruição de Cartago, legando à posteridade um relato presencial dos acontecimentos. Deve-se a Políbio o registo da estela que num templo de Cartago descrevia a viagem de Hanno e de diversas informações que permitiram preservar, embora de forma ténue, o legado cultural púnico. No mesmo ano a cidade de Corinto foi destruída e a romanização da Grécia atingia o seu auge. Neste contexto, Políbio regressou à Grécia, tendo-se dedicado, dadas as suas ligações à elite romana, a tentar minorar a dureza do jugo romano sobre as cidades gregas. Foi-lhe confiada a missão de nelas introduzir a governação romana. Alguns anos depois voltou a Roma, tendo-se dedicado aos seus trabalhos históricos, nos quais a proximidade à elite governante e a sua cultura, fizeram de Políbio um observador privilegiado da política e cultura romanas. No âmbito desses trabalhos, empreendeu diversas viagens, procurando observar em primeira mão os lugares e o cenário dos eventos que descrevia na sua história. Procurando obter rigor na descrição histórica, entrevistou veteranos das guerras que descreveu, procurando obter informação presencial dos eventos mais recentes. Através da sua influência em Roma, obteve acesso privilegiado aos arquivos públicos, tendo cuidadosamente compulsado as fontes documentais existentes. Após a morte de Cipião, retornou à Grécia, onde faleceu aos 82 anos em consequência de uma queda de cavalo.
Atribui-se a Políbio a invenção de um sistema criptográfico que permite com facilidade transformar letras em números e, através de uma chave numérica simples, recriar o texto inicial. Este sistema simples de criptografia foi usado até o século XIX.
De acordo com a tradição grega de valorizar o testemunho contemporâneo e a História recente, nos seus escritos narra, preferencialmente, os acontecimentos da sua própria geração e da imediatamente anterior. É um dos primeiros historiadores a encarar a História como uma sequência lógica de causas e efeitos. A sua obra baseia-se numa cuidadosa análise crítica das fontes existentes e da tradição, descrevendo com vivacidade os acontecimentos e as motivações e valores subjacentes, tendo como objectivo uma visão global dos acontecimentos e não uma simples cronologia de factos. A sua descrição dos acontecimentos nem sempre é neutra, sendo claro o esforço no sentido de justificar as suas acções e as dos que lhe estavam mais próximos. Por outro lado, a obra foi escrita com o objectivo de explicar aos gregos as razões da ascensão de Roma, procurando convencê-los da inevitabilidade da aceitação do domínio romano, ganhando assim em algumas passagens um excessivo tom apologético.

Museu Nacional da Civilização Romana
Políbio,Museu Nacional da Civilização Romana


16/11/2013

Tucídides

Tucídides (Atenas, ca. 460 a.C. — Atenas, ca. 400 a.C.) foi um historiador da Grécia Antiga.
Escreveu a História da Guerra do Peloponeso, da qual foi testemunha e participante. Em oito volumes relata a guerra entre Esparta e Atenas ocorrida no século V a.C.. Preocupado com a imparcialidade, relata os factos com concisão e procura explicar-lhes as causas. Tucídides escreveu essa obra pois pensava a Guerra do Peloponeso como um acontecimento de grande relevância para a história da Grécia, mais do que qualquer outra guerra anterior. Esta sua obra é vista no mundo inteiro como um clássico, e representa a primeira obra de seu estilo. A obra de Tucídides foi revalorizada no ocidente devido à tradução da História da Guerra do Peloponeso para o inglês por Thomas Hobbes. Tucídides também foi um dos primeiros a notar que as pessoas que sobreviviam às epidemias de peste em Atenas eram poupadas durante os surtos posteriores da mesma doença, dando origem a toda uma série de acontecimentos que culminaram naquilo que hoje conhecemos como vacinação. Pelo foco no problema da guerra e devido à análise dos conflitos entre as cidades-Estado da Grécia Antiga, a corrente de pensamento teórico realista das Relações Internacionais, no século XX, passou a considerar Tucídides como o "avô" do próprio realismo. Assim, pode-se considerar que a releitura de Tucídides pelos analistas de relações internacionais, em pleno século XX, permitiu construir uma abordagem do pensamento realista em perspectiva histórica. Tucídides considerava que o poder é central nas relações entre as unidades políticas - Estados - e, que o equilíbrio ou desequilíbrio entre as, então, cidades-Estado era a principal causa da guerra.



Busto de Tucídides
Busto de Tucídides

Heródoto

Heródoto foi um geógrafo e historiador grego, nascido no século V a.C. (485?–420 a.C.) em Halicarnasso. Foi o autor da história da invasão persa da Grécia nos princípios do século V a.C., conhecida simplesmente como As histórias de Heródoto. Antes de Heródoto, tinham existido crónicas e épicos, e também estes haviam preservado o conhecimento do passado. Mas Heródoto foi o primeiro não só a gravar o passado mas também a considerá-lo um problema filosófico ou um projeto de pesquisa que podia revelar conhecimento do comportamento humano. A sua criação deu-lhe o título de "pai da história" e a palavra que utilizou para o conseguir, historie, que previamente tinha significado simplesmente "pesquisa", tomou a conotação atual de "história". A obra Histórias foi frequentemente acusada de imprecisa. Ataques semelhantes foram preconizados por alguns pensadores modernos, que defendem que Heródoto exagerou na extensão das suas viagens e nas fontes citadas. Contudo, o respeito pelo seu rigor tem aumentado na última metade do século, sendo actualmente reconhecido não apenas como pioneiro na história, mas também na etnografia e antropologia. Provavelmente escritas entre 450 e 430 a.C., As Histórias foram posteriormente divididas em 9 livros, intituladas segundo os nomes das musas, pelos eruditos alexandrinos. Por volta de 445 a.C., segundo consta, Heródoto fez leituras públicas de sua obra em Atenas. Quanto ao conteúdo, os primeiros seis livros relatam o crescimento do Império Persa. Começam com uma introdução do primeiro monarca asiático a conquistar as cidades-estado gregas e o verdadeiro tributo, Creso da Lídia. Creso perdeu o reinado para Ciro, o fundador do Império Persa. As primeiras seis obras acabam com a derrota dos persas em 490 a.C., na batalha de Maratona, que constituiu o primeiro retrocesso no progresso imperial.

Cópia romana de busto
Busto de Heródoto
cópia romana do século II, no Stoa de Átalo, Atenas







memória

A memória é a capacidade de adquirir (aquisição), armazenar (consolidação) e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial). A memória, segundo diversos estudiosos, é a base do conhecimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao quotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida.


Mosaico romano
Virgílio com as deusas Clio, Musa da História e Melpomene, musa da tragédia

Pierre Mignard
Cliopor Pierre Mignard  (Troyes , 7 de novembro de 1612 - Paris , 30 de maio de 1695) 
.






Clio - musa da História

Clio é uma das nove musas e, conjuntamente com as irmãs, habita monte Hélicon. Filhas de Zeus e Mnemósine, a deusa da memória . As musas reúnem-se, sob a assistência de Apolo, junto à fonte Hipocrene, presidindo às artes e às ciências, com o dom de inspirar os governantes e restabelecer a paz entre os homens . Clio é a musa da história e da criatividade, aquela que divulga e celebra as realizações. Preside a eloquência, sendo a fiadora das relações políticas entre homens e nações. É representada como uma jovem coroada de louros, trazendo na mão direita uma trombeta e, na esquerda, um livro intitulado "Thucydide". Outras representações apresentam-na segurando um rolo de pergaminho e uma pena, atributos que, por vezes, também acompanham Calíope. Em algumas de suas estátuas traz esse instrumento em uma das mãos e, na outra, um plectro (palheta). Um dos nove livros de Heródoto leva o nome de Clio, em homenagem à musa . Em uma das versões do mito de Jacinto, Clio é a sua mãe, com o mortal Piero (filho de Magnes). Afrodite fez Clio apaixonar-se por um mortal por vingança, porque Clio havia criticado o romance da deusa com Adónis.


Pormenor de mosaico romano
Clio - Pormenor de mosaico romano