28/12/2020

Estudo revela a diversidade genética dos vikings

Na imaginação popular, os vikings eram guerreiros escandinavos robustos de cabelos louros que saqueavam as costas do norte da Europa em inovadores navios de guerra. Permanece um persistente mito moderno de que os vikings eram um grupo étnico ou regional distinto de pessoas e com uma linhagem genética «pura». Como o icónico capacete "Viking", esta ideia é uma ficção que surgiu com os movimentos nacionalistas do final do século XIX. Um extenso estudo de ADN antigo publicado na revista Nature revela a diversidade genética das pessoas que chamamos de vikings, confirmando e enriquecendo o que as evidências históricas e arqueológicas já sugeriram sobre este grupo de guerreiros, comerciantes e exploradores.

Este estudo reúne dados genéticos de 442 humanos cujos restos mortais datam de cerca de 2.400 a.C. a 1600 d.C. - todos enterrados em áreas onde se sabe que existiu presença dos vikings. Alguns estavam localizados lugares como a Gronelândia, por onde viajavam, e outros foram enterrados com artefactos de origem escandinava (moedas, armas e até barcos inteiros).

Foi um desafio logístico reunir as centenas de amostras antigas, provenientes de mais de 80 sítios arqueológicos no norte da Europa, Itália e Gronelândia. Em seguida, decorreu a tarefa de analisar o grande volume de informações extraídas dos restos mortais.

A análise de ADN revelou que os vikings eram um grupo humano diversificado, com ancestrais de caçadores-recolectores, camponeses e populações da estepe da Eurásia.

Embora os vikings tenham saído da Escandinávia e, em alguns casos, voltado para casa, a análise genética revela que eles não interagiram tanto dentro da grande região escandinava como fora dela, misturando-se com uma ampla gama de povos que encontraram nas suas viagens.

Em síntese, os resultados provam que o fenómeno Viking não era puramente escandinavo. Tem suas origens na Escandinávia, mas, ao longo do tempo, associa-se a outros grupos de pessoas.

Recurso educativo sobre os vikings

https://www.nationalgeographic.com/history/2020/09/scientists-raid-viking-dna-explore-genetic-roots/

 

 

Vikings
Vestígios de cemitérios viking, como este local de sepulturas em forma de navio perto de Aalborg (Dinamarca), fornecem evidências genéticas importantes para a compreensão destes antigos navegantes

vikings
Artefactos vikings, neste caso espadas e elmos localizados na Noruega, ajudam os arqueólogos a rastrear suas expedições antigas

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O ADN de um esqueleto feminino chamado Kata, descoberto num cemitério viking em Varnhem (Suécia) foi sequenciado como parte do estudo da Nature

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Os atores vestem armaduras preparando-se para o combate corpo-a-corpo durante o Festival de Eslavos e Vikings em Wolin (Polónia)