27/06/2024

Dólmen de Santa Inês em Segóvia

A descoberta do túmulo do corredor de Santa Inês em Bernardos (Segóvia), a norte da serra de Guadarrama, abre novas expectativas sobre a distribuição espacial do megalitismo no planalto espanhol.
Mapa geral de localização. O ponto rodeado com um círculo assinala o dólmen de Santa Inês.


25/06/2024

O Complexo Arqueológico dos Perdigões

Na arquitetura monumental e cerimonial da Pré-História recente da Península Ibérica, a madeira tem sido considerada fundamentalmente como matéria-prima acessória à construção. O complexo arqueológico dos Perdigões, situado em Reguengos de Monsaraz, evidencia a presença de monumentos em madeira. São círculos concêntricos de postes e paliçadas de madeira, exclusivos da Península Ibérica, e que encontram os paralelos mais próximos no norte e centro da Europa. Têm sido publicados estudos sobre a importância que este tipo de arquitetura monumental poderá ter tido no contexto das trajetórias de complexidade social na segunda metade do IV e III milénio antes de Cristo.

Complexo arqueológico dos Perdigões, reconstituição National Geographic Portugal
Plano da secção norte do círculo de madeira.



24/06/2024

Retrato com a família do segundo Marquês de Pombal

Pintura em aguarela com a «Família do segundo Marquês de Pombal» foi adquirido pelo Estado. A autoria foi atribuída ao pintor francês Nicolas Louis Albert Delerive (1755-1818) e a data da sua realização será de c. 1792-1794. Os retratos de família neste período são raros. Neste caso temos uma cena de interior com interessantes pormenores iconográficos de uma casa aristocrática do final do século XVIII.

Hugo Miguell Crespo e Lourenço Correia de Matos investigaram e indicam todos os pormenores importantes para a datação, execução e identificação dos retratados.

https://vimeo.com/948778571

Pintura com a família do Marquês de Pombal de Nicolas Louis Albert Delerive, c. 1790
60,5cm x 47cm 

14/06/2024

O dia 10 de junho - dia de Camões

Esta data está identificada com a figura de Camões, que é o símbolo da nação desde o século XIX. Uma figura que emerge no contexto da mitologia nacional criada pelos românticos e que se transforma num símbolo da nação. Oliveira Martins afirmou que Camões é o epónimo de Portugal. Teófilo Braga, escreveu que se dissermos que somos portugueses no estrangeiro, ninguém nos identifica. Mas, se dissermos que somos da pátria de Camões, já nos identificam.

Nas comemorações do tricentenário da morte de Camões, em 1880, os republicanos e, nomeadamente, Teófilo Braga, que tinha importado as conceções positivistas de Auguste Comte para Portugal, entendia que era importante substituir os símbolos religiosos por laicos. Camões surge como um símbolo laico. Teófilo Braga foi o autor da ideia da comemoração do III centenário da morte de Camões, que cria as bases para que o 10 de Junho pudesse vir a ser feriado nacional. 

Os republicanos impuseram um modelo de celebrações importado da França e da Revolução Francesa, o que fez com que os monárquicos e a própria Corte tivessem hesitado no modelo das comemorações sem desconfiarem da figura de Camões. A ideia de que na época iria haver uma procissão cívica no 10 de Junho era uma apropriação de rituais religiosos que foram, desta forma, laicizados.

O regime republicano homenageou a data, tornando o dia feriado na capital. Ao longo dos anos, as comemorações do dia 10 de junho foram variando consoante as circunstâncias políticas. Em 1917, a data foi celebrada como Dia dos Aliados, porque a I Guerra Mundial mobilizava a atenção de todos. E em 1924, quando se celebrou o IV centenário do nascimento de Camões, o 10 de Junho foi a data escolhida. A imprensa da época utilizava a expressão «Festa da Raça» para as comemorações camonianas, e o sentido do termo «raça» era vago e identificava-se com o próprio povo português. A celebração durou seis dias e teve repercussão no estrangeiro, em especial em Espanha.



Pintura de Ticiano encontrada em Londres vai ser leiloada

Uma pintura executada pelo pintor veneziano Ticiano, «Descanso na fuga para o Egipto», datada de c. 1510, foi reencontrada em 2002 numa paragem de autocarro de Richmond, na área metropolitana de Londres, sem moldura, dentro de um vulgar saco de plástico. Esta obra tinha sido roubada do palácio dos marqueses de Bath em 1995. Charles Hill, o responsável da unidade de investigação de roubos de arte e antiguidades na Scotland Yard afirmou que o local onde recolheu a pintura foi indicado, a troco de uma recompensa de 100 mil libras. A obra voltou à coleção da família dos marqueses de Bath.

Pintada a óleo sobre um painel de madeira de 46,5 por 64 centímetros, esta representação de José, Maria e Jesus gozando um momento de repouso durante a sua fuga para o Egipto passara já por muitas mãos quando o quarto marquês de Bath, John Thynne, a adquiriu em 1878.

Agora vai ser leiloada pela Christie’s e é expectável que atinja o valor entre 17 a 30 milhões de euros.

Ticiano, Descanso na Fuga para o Egipto, c. 1510