02/09/2020

O “camarada Duch” e o terror dos Khmer Vermelhos

Kaing Guek Eav, conhecido por “camarada Duch”, o principal carrasco do regime de Polt Pot no Camboja, morreu no dia 3 de setembro de 2020, aos 77 anos, no Hospital da Amizade Khmer-Soviética de Phnom Penh. O antigo chefe da prisão Tuol Sleng (S-21), tornou-se, em 2010, no primeiro a ser condenado pelos crimes dos Khmer Vermelhos por um tribunal internacional. Foi considerado responsável pelo assassínio de pelo menos 15 mil cambojanos naquela prisão e condenado a prisão perpétua.
Os Khmer Vermelhos, que tinham como principal líder Polt Pot (1925-1998), foram um grupo maoista responsável pela morte de pelo menos 1,7 milhões de pessoas, um quarto da população do Camboja, entre 1975 a 1979.
Enquanto chefe da prisão de Tuol Sleng, Duch coordenou e documentou a tortura e execução de milhares de homens, mulheres e crianças. Os prisioneiros eram obrigados a fazer confissões detalhadas sobre a sua falta de lealdade ao regime, muitas delas falsas, em desespero para se salvarem, denunciando amigos e familiares.
Os guardas da prisão de Tuol Sleng, sobretudo adolescentes oriundos de meios pobres, eram instruídos a espancar os cambojanos considerados “traidores” ou “contra-revolucionários”. As suas vítimas eram, por isso, sobretudo membros ou simpatizantes do governo de Lon Nol, deposto pelos Khmer Vermelhos em 1975. O regime Khmer chegaria ao fim quatro anos depois, com intervenção das tropas vietnamitas.

Kaing Guek Eav numa sessão do julgamento, em 200.

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