Algumas das obras em casa de Cornelius Gurlitt |
08/04/2014
Obras de arte saqueadas por nazis
Se ao fim de um ano não aparecerem os proprietários legítimos das muitas centenas de obras de arte que terão sido roubadas por nazis e que Cornelius Gurlitt escondia em duas casas, as mesmas serão devolvidas a Gurlitt. É este o acordo feito entre os advogados do homem que mantinha em segredo na sua posse mais de mil obras de arte de artistas como Pablo Picasso, Claude Monet ou Henri Matisse e as autoridades alemãs. Cornelius Gurlitt, como já tinha anunciado antes, trabalhará em conjunto com a polícia e os investigadores para ajudar a determinar quais das obras da sua colecção é que foram realmente roubadas por nazis durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, este acordo tem uma duração: um ano. Ao fim de um ano, as obras que não foram reclamadas são devolvidas a Cornelius Gurlitt, de 81 anos, filho de Hildebrand Gurlitt, um negociante de arte que ajudou o regime nazi a vender no estrangeiro a arte confiscada aos museus europeus e extorquida aos coleccionadores judeus. Numa nota publicada no site que o alemão criou em Fevereiro, com o apoio do seu advogado, para contar a história destas obras e para de alguma forma facilitar que os possíveis lesados possam encontrar os trabalhos que lhes foram tirados, lê-se que assim que um pedido de restituição é feito, as obras em causa ficam em “custódia fiduciária”, mesmo que um ano tenha passado. A Gurlitt só serão devolvidas as obras que não tenham sido reclamadas de todo. A colecção, na qual se destacam trabalhos de Henri Matisse, Marc Chagall, Paul Klee, Pablo Picasso, Otto Dix, Emil Nolde, Albrecht Dürer, Pierre-Auguste Renoir e Canalletto, está avaliada, segundo a BBC, em 989 milhões de euros.
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