A intervenção, de 70 mil euros, custeada pela Fundação Millennium BCP, não só vem realçar os detalhes da época – as estrelas nas paredes têm agora todas o mesmo tom dourado, por exemplo – como vem permitir que neste espaço sejam expostas obras que até agora estavam longe da vista do público.
É isso mesmo que destaca o director do palácio, explicando que houve uma preocupação com a organização do espaço para que se pudessem ir buscar novas peças. “Procurámos obras que nunca tinham saído das reservas, quisemos dar também à capela uma solução museológica”, acrescenta José Alberto Ribeiro, classificando as obras aqui expostas como de “carácter devocional mais privado”.
Entre estas obras o destaque vai exactamente para o óleo, do primeiro quartel do século XVII, a Santa Face de Cristo, de El Greco. “É a única obra deste pintor em Portugal”, aponta José Alberto Ribeiro, que tem como objectivo passar a mostrar algumas das obras de cariz religioso que fazem parte da colecção do palácio nesta capela, onde se podem ver ainda alguns santos da devoção da rainha Maria Pia como Santa Rita de Cássia, S. Francisco Xavier, S. Carlos Borromeo e a Virgem de Paris. José Alberto Ribeiro lembra que, apesar do pouco que se sabe, esta capela seria um local muito procurado pela rainha, existindo aqui uma carga emocional associada. A rainha usava-a depois da morte de D. Luís (1838-1889) e fez questão que tivesse nos vitrais as armas de Sabóia e de Portugal.
Capela de Maria Pia no Palácio da Ajuda |
Santa face de Cristo, de El Greco |
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