28/09/2016

Clube do Património da Escola Eugénio de Castro realiza itinerário intitulado "Coimbra Republicana"

Realizámos um itinerário  que intitulámos «Coimbra Republicana». O objetivo era identificar na toponímia, no urbanismo e nos monumentos da cidade, marcas da ascensão e afirmação do poder republicano que se implantou em 1910. Começámos o nosso roteiro na Praça da República e concluímos o passeio no Largo da Portagem, junto à estátua de Joaquim António de Aguiar. Na verdade, o percurso deveria ter sido realizado no sentido inverso, para respeitarmos a sequência cronológica do processo histórico que, iniciado com o triunfo dos liberais no séc. XIX, culminaria com a proclamação da República.
No entanto, daquela maneira teríamos que subir a avenida Sá da Bandeira, pelo que optámos por fazer o roteiro a descer, mesmo que sacrificando a sequência dos factos históricos, começando então na Praça da República.
Este local, antes da extinção das ordens religiosas, pertenceu ao Mosteiro de Santa Cruz, tal como toda a extensão que se prolonga desde a Praça 8 de Maio até ao Jardim da Sereia, ainda hoje designado Parque de Santa Cruz.  Em 1889, na sequência do falecimento do rei D. Luís, a Câmara Municipal decidiu homenagear o falecido rei, atribuindo a esta praça o seu nome. Alguns vereadores republicanos, entre eles Abílio Roque, de que adiante falaremos, votaram contra esta decisão.
No dia 20 de outubro de 1910, apenas duas semanas após a proclamação da República, a Câmara Municipal deliberou que a Praça passasse a chamar-se Praça da República.
Os primeiros ecos dos acontecimentos do 5 de outubro em Lisboa chegam a Coimbra no próprio dia, embora a vida na cidade prosseguisse rotineiramente, sem grandes agitações e estando as tropas de sobreaviso. No dia seguinte, confirmados os rumores, a população saiu à rua, repicando os sinos, hasteando as bandeiras  do Centro Republicano e soltando os primeiros vivas à República. Seguiram-se manifestações de alegria e entusiasmo, cantou-se A Portuguesa e realizaram-se cortejos que culminaram com a proclamação da República nos Paços do Concelho. Todos esperavam que o novo regime resolvesse os males do país.
Daqui seguimos pela Avenida Sá da Bandeira. Esta avenida, que homenageia uma das grandes figuras do Liberalismo, é ainda hoje uma das maiores e mais largas artérias da nossa cidade, pois tem mais de 60 metros de largura, com um belo jardim central entre as duas faixas. Foi traçada sob inspiração dos modelos urbanísticos de Paris, os célebres boulevards, para ligar a zona da Baixa à Praça D. Luís, abrindo um novo eixo para o crescimento da cidade. A esta Avenida central afluem outras ruas secundárias. O projeto foi apresentado e realizado nas duas últimas décadas do séc. XIX, vindo a ser inaugurado em 1906, pouco antes da Proclamação Republicana.
A toponímia é o estudo dos nomes dos lugares, considerando a sua origem e evolução. Estuda os nomes das cidades e povoações mas também os das ruas, praças e avenidas. Naturalmente, os nomes dados às ruas de uma cidade como a nossa refletem um dado ambiente histórico. Por isso, é natural que encontremos em Coimbra o nome de muitas das personalidades e acontecimentos relacionados com a República atribuídos a ruas e avenidas. Procurava-se, desta maneira, homenagear e consagrar no espaço público a memória de certas individualidades que contribuiram para a afirmação dos ideais republicanos.
É o caso, por exemplo, de José Falcão ou Jaime Cortesão, vultos republicanos cujos nomes foram atribuídos a Escolas Secundárias. Outras personagens profundamente relacionadas com a República têm o seu nome atribuído a ruas da cidade: Afonso Costa, António José de Almeida, Guerra Junqueiro, Miguel Bombarda ou Teófilo Braga.
Um dos casos mais interessantes é o da atual Rua Padre António Vieira. Antes de 1910, esta artéria era chamada Rua da Cerca dos Jesuítas, pois conduzia ao Colégio dos Padres da Companhia, na zona Alta. Após o 5 de outubro, os Jesuítas foram expulsos, pois os republicanos nutriam por eles uma grande aversão. Por isso, a rua foi rebatizada com o nome de Abílio Roque, um revolucionário maçon  e anticlerical, profundamente empenhado na difusão das ideias republicanas, que faleceu em 1898. Mais tarde, já no Estado Novo, com o objetivo de reabilitar a memória dos Jesuítas, a rua foi renomeada Padre António Vieira. Sendo um padre jesuíta, esperava-se que o seu nome não fosse contestado por causa do seu valor literário. Por isso, após a revolução de 25 de abril de 1974, a designação não foi alterada, numa época em que, como em todas as revoluções, normalmente se procede a uma revisão dos topónimos.
Voltando à Avenida Sá da Bandeira, dirigimo-nos ao Monumento aos Mortos da Grande Guerra. A participação das tropas portuguesas na  Guerra Mundial de 1914-1918 foi uma decisão dos governos republicanos. Procurava-se, por um lado, defender as possessões ultramarinas e, por outro, afirmar no plano internacional a jovem República Portuguesa proclamada poucos anos antes. A verdade é que, se esses objetivos foram alcançados, muitos foram os portugueses feridos e mortos em combate, quer em África, quer nas trincheiras da Flandres. Por isso, pouco depois do armistício, surgiram um pouco por todo o país movimentos espontâneos que pretendiam homenagear os mortos da guerra. Muitas ruas e avenidas foram batizadas com o nome de combatentes individuais, outras, como a Rua dos Combatentes da Grande Guerra, evocam a memória de todos os soldados.
Em Coimbra, a iniciativa de lançar uma subscrição pública para a edificação de um monumento, coube a um jornal, a Gazeta de Coimbra. Organizou-se uma campanha de recolha de fundos, lançando-se um concurso público. Escolheu-se um projeto concebido pelo escultor Luís Fernandes e pelo arquiteto António Varela. Depois de se discutir a colocação do monumento na Praça da República, acabou por se decidir pela atual localização, sendo inaugurado em 1932.
Um pouco mais abaixo, parámos num outro monumento relacionado com a República. Trata-se do monumento dedicado ao poeta Luís de Camões e inaugurado, pela primeira vez, em 1881. À primeira vista pode parecer muito estranho como é que um memorial inaugurado 30 anos antes da proclamação republicana e dedicado a um poeta do séc. XVI pode ter qualquer relação com a República.
Na verdade, em 1880, comemorou-se por todo o país o tricentenário da morte de Camões. Esta efeméride foi aproveitada pelo Partido Republicano, que tinha sido recentemente fundado, para lançar uma vasta campanha de propaganda, associando o seu ideal aos tempos áureos de Portugal, simbolizados no poeta. Camões tornou-se portanto, 300 anos depois da sua morte, um dos símbolos republicanos!
Este monumento foi idealizado por António Augusto Gonçalves, o primeiro diretor do Museu Machado de Castro, e foi originalmente colocado na Alta da Cidade. Foi desmantelado em 1948, na sequência das obras da Cidade Universitária, tendo sido arrumado e esquecido, sinal de que o Estado Novo não nutria grandes simpatias pelos ideais simbolizados neste monumento. Em 1983, já depois da Revolução de Abril, foi recolocado num pequeno recanto na Alta, junto à Couraça de Lisboa, e só em 2005 foi aqui finalmente posto, num sítio mais digno e visível. Diga-se que, da obra original, só resta o leão.
Rumo à nossa próxima paragem, fomos por dentro do Mercado D. Pedro V, com o objetivo de ver a cobertura do mercado do peixe. Trata-se de uma estrutura de ferro e vidro dos primeiros anos do séc. XX, sendo um dos raros exemplos, juntamente com o Edifício do Chiado que adiante veremos, da designada Arquitetura do Ferro na nossa cidade. A caminho da Câmara Municipal ainda notámos como é que as antigas dependências do Mosteiro de Santa Cruz, transferidas para a posse do Estado na sequência da extinção das ordens religiosas, albergaram novos serviços, como escolas, instalações militares, o posto dos correios ou a polícia.
No patamar da escadaria principal da Câmara Municipal de Coimbra está colocado um busto da República da autoria do mestre João Machado. Este busto alegórico foi inaugurado em 1919 e diz-se que teve por modelo a filha do artista, Preciosa Machado. Há outro busto no edifício do Tribunal, da autoria do filho deste escultor. O rosto feminino, inspirado nos modelos revolucionários franceses, retrata a República sob a forma de uma mulher com o barrete frígio, símbolo da liberdade conquistada, com uma coroa de louros, alusão à vitória.  A imagem está envolta na bandeira republicana e o pedestal exibe o brasão de Coimbra.
Aproximando-nos já do final do nosso itinerário, parámos em frente do atual Museu Municipal, instalado na antiga filial de Coimbra dos Grandes Armazéns do Chiado. Por isso, este belo exemplar da arquitetura do ferro e do vidro é ainda hoje conhecido por muitos conimbricenses como Edifício do Chiado. Foi inaugurado em 1910, no mesmo ano da proclamação da República.
Concluímos o nosso passeio junto à estátua de Joaquim António de Aguiar. É certo que muitos locais e ruas ficaram por visitar, nomeadamente o busto dedicado a António José de Almeida, uma das mais importantes figuras republicanas, na zona da Conchada, ou o monumento aos mortos da Grande Guerra no cemitério da Conchada, mas não podemos visitar tudo e esses locais ficavam um pouco desviados do nosso roteiro.
A estátua dedicada ao chamado Mata Frades resultou da iniciativa de algumas personalidades republicanas ainda nos anos finais da monarquia, destacando-se Martins de Carvalho e Bernardino Machado. Pretendiam assim colocar-se sob a inspiração dos ideais liberais, com o objetivo de combaterem a monarquia agonizante e fazerem a propaganda da República.
A estátua em bronze é da autoria do escultor Costa Mota (tio), sendo o grande pedestal do arquiteto Silva Pinto. Joaquim António de Aguiar empunha na mão direita a pena com que se prepara para assinar o decreto de expulsão, gesto considerado como fundador da política anticlerical da República que tinha como um dos seus grandes objetivos a separação do Estado das Igrejas. O monumento começou a ser lançado em 1911, estando concluídos dois anos após, pelo que a evocação desta figura histórica marca o início da era republicana em Coimbra.

Para a redação deste texto recorremos ao livro de Lia Ribeiro e António Ribeiro, Coimbra. Roteiros Republicanos, Matosinhos, QuidNovi, 2010.
Coimbra
Praça da República.
Avenida Sá da Bandeira Coimbra
Monumento aos mortos da Grande Guerra (Avenida Sá da Bandeira).
João Machado
Busto da República, da autoria de João Machado, na Câmara Municipal de Coimbra.
Mata-frades
Estátua de Joaquim António de Aguiar no Largo da Portagem.

22/09/2016

Museu Nacional de Arte Antiga compra pintura de D. João V feita para celebrar a vitória naval do cabo Matapão

O que vemos neste retrato real é um homem ainda jovem, elegante, com um olhar desafiador e uma batalha naval em fundo. Supomos que se trata de um rei porque sobre a mesa há uma coroa e um ceptro. Está em traje militar, mas isso não impede que as suas mangas douradas sejam bordadas e a armadura deixe à mostra uma gola de renda delicada, a mesma dos punhos.
Não se sabe exactamente quando foi executada esta pintura que acaba de entrar para a colecção do Museu Nacional de Arte Antiga, mas certo é que representa D. João V e que o seu autor é o pintor italiano Giorgio Domenico Duprà, o retratista favorito do monarca que associamos de imediato ao esplendor do barroco em Portugal.
Retrato de D. João V e a Batalha do Cabo Matapão é a segunda obra comprada com os 746 mil euros conseguidos com a campanha pública da angariação de fundos “Vamos Pôr o Sequeira no Lugar Certo”, que o MNAA promoveu para comprar A Adoração dos Magos (1828), de Domingos Sequeira.
Este retrato de D. João V tinha já sido mostrado na grande exposição que o MNAA dedicou ao monarca e ao seu tempo em 2013 (A Encomenda Prodigiosa. Da Patriarcal à Capela Real de São João Baptista), depois de no ano anterior a equipa do museu ter decidido seguir-lhe o rasto. A pintura era conhecida de uma fotografia a preto e branco publicada em 1962 pelo historiador Armindo Ayres de Carvalho na obra D. João V e a arte do seu tempo, mas julgava-se que estava ainda na embaixada do Brasil em Haia. Só quando começou a investigar, e com a ajuda dos ministérios dos Negócios Estrangeiros português e brasileiro, é que o MNAA percebeu que pertencera à colecção pessoal do embaixador de então e que era hoje propriedade dos seus herdeiros.O diplomata comprara-a no pós-Segunda Guerra num antiquário em Londres, que a tinha atribuída a outro pintor que não Duprà e que confundira D. João V, o Magnânimo, com um rei inglês.
Feita para marcar a vitória na célebre Batalha de Matapão, em que a armada real portuguesa, respondendo a um pedido do Papa Clemente XI, se deslocou até ao extremo sul da Grécia para enfrentar a frota do império otomano, esta obra de Domenico Duprà (1689-1770) não está datada, mas deverá ter sido executada há 300 anos. As duas armadas – à frota portuguesa, que foi absolutamente decisiva para o sucesso, juntava-se a da República de Veneza e a dos Estados Pontifícios, já que as outras grandes cortes católicas europeias, como França, preferiram ficar em casa, encontraram-se precisamente a 19 de Julho de 1717, quando D. João V (1689-1750) não tinha feito ainda 28 anos. É por isso que aqui vemos um rei ainda jovem, mas já com todos os traços que o caracterizam.
A Batalha de Matapão, operação brilhante e meteórica em que a armada portuguesa arrumou com a frota otomana que ameaçava a península itálica de uma assentada, viria a ser fundamental para a estratégia diplomática do monarca português junto da Santa Sé, que passou a equiparar Portugal às grandes potências católicas da Europa, permitindo até que Lisboa viesse a ter uma Sé Patriarcal.
Esta aquisição permite ao museu expor uma obra de qualidade de Duprà que, mais do que Quillard, é o verdadeiro responsável pela criação da imagem de corte moderna, actualizada, optimista e consequente de que D. João V beneficia. Duprà é o grande pintor régio e este retrato é muito singular na sua obra porque tem uma paisagem em fundo, o que não era nada habitual na sua pintura.
Giorgio Domenico Duprà
Retrato de D. João V e a Batalha do Cabo Matapão, Giorgio Domenico Duprà, c. 1718.

02/09/2016

A vida das clarissas no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Problemas na dentição, falta de exposição solar e dieta rica em açúcares. Os ossos das antigas habitantes do , em Coimbra, e as doenças de que padeciam ajudam a retratar melhor o regime de clausura em que as freiras clarissas viviam.
Uma exposição recupera os restos mortais encontrados na escavação feita em 1996 e 97 pelo então departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra, sob a coordenação da investigadora Eugénia Cunha, para completar a informação da exposição permanente.
Na primeira vez que as ossadas exumadas há vinte anos vêm a público, atrás das vitrinas apenas se encontra um esqueleto inteiro. Ainda assim, os restantes ossos expostos contam a história das doenças que assolavam as clarissas, desde a osteoporose aos múltiplos problemas dentários. É através dessas patologias que é possível inferir o modo de vida daquela comunidade.
A exposição resulta de uma selecção de alguns dos cerca de 70 cadáveres exumados das ruínas do mosteiro, localizado na margem esquerda do Mondego até que foi abandonado no século XVII devido à constante invasão das águas do rio, as religiosas viviam e morriam ali.
O tipo de sepultura é, por si, um indicador de posição. Com excepção das figuras de relevo do mosteiro, a maioria dos enterros foi feito em caixão ou directamente no solo, em covachas. Dessas, todas as sepulturas não identificadas foram feitas na zona do coro, no interior do mosteiro. No claustro, onde foram encontradas menos ossadas, algumas tinham elementos de identificação.
A partir do estudo antropológico dos esqueletos foi possível perceber que o tempo dedicado à oração era origem de problemas físicos. As religiosas tinham lesões nos joelhos, o que pode ser associado a traumatismos de repetição causadas pela genuflexão. Nos ossos da comunidade, que estava entre os 40 e os 50 anos, foram ainda encontradas lesões nos ombros, normais em pessoas de idade avançada.
Entre tártaro, cáries e edentulismo (que significa a queda total dos dentes), a maior surpresa foi a férula dentária em ouro encontrada numa freira com mais de trinta anos. O pequeno instrumento visava impedir a queda do dente, segurando-o a outro. A importância deste achado explica-se com o facto de não haver na Coimbra do XV registo de dentistas. A origem dos problemas na dentição pode ser encontrada na dieta muito rica em açúcares.
Entre os ossos recuperados, encontram-se ainda três esqueletos de crianças. Pelo  fémur, o crânio e a dentição mista, percebe-se que tinham idades parecidas, cerca de 11 anos. Com as sepulturas anónimas, não é possível apontar ao certo uma razão para terem sido enterradas num mosteiro habitado por clarissas. Seriam parentes de alguma freira? Teriam sido tratadas na enfermaria do mosteiro?  Existiria ali uma roda dos expostos, que permitiria acolher crianças abandonadas, mas da qual não há registos?
Mas a exposição instalada no núcleo museológico inaugurado em 2009 não se fica apenas pelos restos mortais. Nas escavações dos anos 1990 foram também recuperados objectos que completam o retrato sobre a comunidade que ali viveu.
Alguns dos achados permitem questionar o voto de pobreza que as clarissas faziam ao entrar para o mosteiro. Na mesma sepultura onde foi encontrada a férula dentária em ouro, foram também encontrados brincos no mesmo material. Vários objectos pessoais de cariz ornamental foram igualmente recolhidos nas sepulturas. Como contas de um colar em azeviche, e, para além de brincos de ouro, outros em prata. Junto das defuntas foram recuperados igualmente objectos religiosos como rosários, cruzes e medalhas com representações e motivos cristãos, para além de fragmentos de cordões dos hábitos.
O vestuário era a causa de um problema de saúde a acrescentar à lista das doenças ósseas e na dentição. Ao apenas mostrar a cara, o hábito reduzia a exposição solar, o que fazia com que as clarissas sofressem de falta de vitamina D.
Outros artefactos, como tesouras, dedais, selos, moedas, remetem para as ocupações da vida em clausura.
Se pelo meio houve descobertas para as quais não se consegue encontrar uma resposta definitiva, os ossos das clarissas confirmam aquela ideia que temos de clausura: rezar muito, cozinhar muito, comunicar pelo silêncio.
Mosteiro de Clarissas em Coimbra
Achados foram desenterrados durante as escavações que decorreram em 1996 e 97.
Rosário
Rosário.
férula dentária em ouro
Crânio com férula dentária em ouro.