26/05/2014

O documentário "A Cantiga era uma arma"

O documentário A Cantiga era uma Arma, concebido e realizado por Joaquim Vieira (com produção da Nanook) onde, ao longo de 90 minutos, se fez um retrato do rumo da canção portuguesa nos anos da revolução. Logo no início, ouve-se a voz de Fernando Pessa: “E para terminar o primeiro dia da feira de São Martinho da Golegã, à noite, no cine-teatro [estava-se em Novembro de 1974], houve canto popular. O slogan deste grupo é a canção é uma arma.” E depois vê-se e ouve-se o GAC, nessa feira, a cantar A Cantiga é uma Arma, precisamente. José Mário Branco, autor da canção, explica hoje a infalibilidade do refrão, “um cliché festivaleiro”. E Paulo de Carvalho, ouvido a seguir, diz que concorda com a ideia do slogan: “Há a cantiga-arma de aparvalhamento das pessoas e há a cantiga-arma de chamar a atenção das pessoas para o que se passa à nossa volta.” Com muitos registos de época e muitas histórias contadas pelos protagonistas (alguns deles já desaparecidos, como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira ou Ary dos Santos), o documentário conta com depoimentos actuais de Carlos Alberto Moniz, Ermelinda Duarte, Fausto Bordalo Dias, Fernando Tordo, Francisco Fanhais, José Jorge Letria, José Mário Branco, Luís Cília, Manuel Freire, Maria do Amparo, Paulo de Carvalho, Samuel e Sérgio Godinho, que recordam para a história como tudo se passou nesses dias em que os cantores foram, sobretudo, cronistas de uma realidade que é hoje história.

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