Kaing Guek Eav, conhecido por “camarada Duch”, o principal carrasco
do regime de Polt Pot no Camboja, morreu no dia 3 de setembro de 2020, aos 77 anos,
no Hospital da Amizade Khmer-Soviética de Phnom Penh. O antigo chefe da prisão Tuol Sleng (S-21), tornou-se, em 2010, no primeiro a ser condenado pelos crimes dos Khmer Vermelhos por um tribunal internacional. Foi considerado responsável pelo
assassínio de pelo menos 15 mil cambojanos naquela prisão e condenado a
prisão perpétua.
Os Khmer Vermelhos, que tinham como principal líder Polt Pot (1925-1998), foram um grupo maoista responsável pela morte
de pelo menos 1,7 milhões de pessoas, um quarto da
população do Camboja, entre 1975 a 1979.
Enquanto chefe da prisão de Tuol Sleng, Duch coordenou e documentou a
tortura e execução de milhares de homens, mulheres e crianças. Os
prisioneiros eram obrigados a fazer confissões detalhadas sobre a sua
falta de lealdade ao regime, muitas delas falsas, em desespero para se
salvarem, denunciando amigos e familiares.
Os guardas da prisão de Tuol Sleng, sobretudo adolescentes oriundos de
meios pobres, eram instruídos a espancar os cambojanos considerados
“traidores” ou “contra-revolucionários”. As suas vítimas eram, por isso,
sobretudo membros ou simpatizantes do governo de Lon Nol, deposto pelos
Khmer Vermelhos em 1975. O regime Khmer chegaria ao fim quatro anos depois, com intervenção das tropas vietnamitas.
Kaing Guek Eav numa sessão do julgamento, em 200. |
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comenta as notícias