12/03/2017

Conímbriga: o fim da cidade romana. Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga

A antiga cidade romana de Conímbriga não foi abandonada antes da Idade Média, um acontecimento que contribuiu para o bom estado de conservação dos seus vestígios arqueológicos. Depois da invasão da cidade pelos suevos, em 465 e 468, e do generalizado declínio da presença romana na Península Ibérica, Conímbriga sobreviveu além do que se esperava.
É para contar esta história que o Museu Monográfico de Conímbriga apresenta a exposição temporária Conímbriga: o fim da cidade romana.
A narrativa tradicional é que foi um abandono muito rápido, os suevos invadiram e saquearam a cidade no século V e a população teria abandonado a imediatamente cidade. Não foi assim. As investigações arqueológicas mais recentes permitem agora iluminar o processo de deterioração e abandono da antiga cidade romana que nunca foi mostrado.
Com as invasões, Conímbriga perde muito rapidamente alguns aspetos da sua qualidade urbana, mas continua a ser habitada. A mostrá-lo estão vestígios da presença muçulmana, mas também da Ordem de Cristo. As necrópoles mostram a diversidade das posteriores ocupações: algumas sepulturas, com o corpo depositado de costas e as mãos sobre o ventre, seguem rituais cristãos; noutras, constata-se que há deposição em decúbito lateral, conforme a fé islâmica.
A cidade foi ocupada até ao século IX. A partir de então, deixa de se ouvir falar de Conímbriga e começa a ouvir-se falar em Condeixa-a-Velha. Há também outra cidade na região que vai crescendo em influência: a antiga Aeminium, hoje conhecida por Coimbra.
Os objetos agora expostos nas vitrines do museu correspondem a vários períodos. Para além de pedaços de cerâmica, há uma ânfora usada como caixão para os enterramentos infantis e, ao lado, um conjunto de fivelas, fíbulas e um elemento de arreio de cavalo, encontrados em escavações realizadas já no século XXI.
Dois marcos de propriedade com a inscrição “Almedina” fazem referência ao período da Ordem de Cristo, quando aquele lugar era conhecido como Almedina de Condeixa. Com exceção dos elementos metálicos, todos os vestígios expostos em Conímbriga: o fim da cidade romana vêm a público pela primeira vez.
Com o tempo, Conímbriga, apesar de manter sempre a muralha visível, acabou por se tornar num olival. Uma das imagens da exposição mostra uma das fotografias aéreas mais antigas da arqueologia portuguesa, captando os trabalhos que ali decorreram algures entre 1930 e 1939.

 Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga
Conímbriga: o fim da cidade romana. Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga.

Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga
Conímbriga: o fim da cidade romana. Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga.

Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga
Conímbriga: o fim da cidade romana. Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga.

Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga
Conímbriga: o fim da cidade romana. Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga.

Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga.
Conímbriga: o fim da cidade romana. Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga.

Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga.
Conímbriga: o fim da cidade romana. Exposição no Museu Monográfico de Conímbriga.

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