O Estado Português aprovou a classificação do Grão Vasco como museu nacional. Foi com o regulamento de 1965 que ficou estabelecido quais os núcleos museológicos que passariam a nacionais e os que ficaria com a designação de regionais. Ou seja, criou-se o conceito de museu nacional, regional e municipal, tal como hoje são conhecidos. Até aí apenas três museus estavam referenciados como nacionais e não havia outras designações. O Grão Vasco é o terceiro museu a ficar com a designação de nacional fora de Lisboa, além dos museus Soares dos Reis (Porto) e Machado de Castro (Coimbra). Para o processo ficar concluído, falta apenas o parecer, não vinculativo, do Conselho Nacional de Cultura que se reunirá em finais de Março. Para o director do Grão Vasco, Agostinho Ribeiro, o acervo da instituição, o facto de estar ligada a uma figura como a do pintor Vasco Fernandes, a importância histórica e as estatísticas dos números de visitantes são os factores preponderantes para a atribuição do título. “Não há um único elemento que não possa ser chamado à fundamentação para a designação nacional que o Grão Vasco não cumpra. Desde logo porque tem um património com obras de interesse nacional e que nos coloca numa fasquia cimeira das entidades museulógicas, depois porque tem uma figura associada que é única e também a profundidade histórica da própria instituição que no próximo ano faz 100 anos. Depois dos museus nacionais, o Grão Vasco foi o que mais cresceu em número de visitantes”. Foi o sexto museu do país que teve mais visitas e a segunda cidade onde esse número mais aumentou, sendo só ultrapassado por Lisboa. Em números absolutos, pelo museu de Viseu, em 2014, passaram 80.241 visitantes, dos quais 62.826 foram nacionais e 17.415 estrangeiros. Relativamente ao ano de 2013, o Grão Vasco registou um aumento de 16% no total de visitantes e 22% nos visitantes estrangeiros. Sobre as vantagens de ser museu nacional, o director diz que a titularidade irá trazer “uma projecção maior quer nacional, quer internacional”, frisando que em termos operacionais e de gestão continua a estar debaixo da alçada da Direcção-Geral do Património Cultural. Vantagens realçadas também pelo presidente da Câmara de Viseu. Almeida Henriques deixa ainda a satisfação por a unanimidade neste desígnio e a “actuação conjunta” terem conseguido resultados que irão projectar a cidade de Viseu enquanto pólo cultural.
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Fachada do Museu Grão Vasco que reabriu em 2004 com obra do arquiteto Souto Moura. |
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O retábulo da Sé de Viseu tem 14 painéis, entre os quais o famoso painel da Adoração dos Magos, que tem a primeira representação de um índio na arte ocidental. |
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