Igaedis no período romano e Egitânia no período suevo.
Importante urbe durante a ocupação romana da Península
Ibérica e sede de bispado no período suevo e visigótico até à ocupação muçulmana. Em 1199 a sede episcopal só foi
transferida para a Guarda. Território entregue à Ordem dos Templários e, extinta esta no reinado de D. Dinis, transitou para a
Ordem de Cristo. A riqueza do seu património arqueológico
explica-se pela sobreposição de ocupações. Os trabalhos arqueológicos do século XX concentraram-se na Catedral,
no Lagar de Varas, no Museu Epigráfico e nas ruínas do Paço dos Bispos,
fornecendo um caudal volumoso de informação. Trabalhos arqueológicos permitiram recuar a
história local e encontrar os mais antigos baptistérios conhecidos em
Portugal: uma das piscinas bap
tismais terá mesmo sido utilizada no
século IV, o que a transformou num dos vestígios mais recuados do
cristianismo no território que atualmente é Portugal.
O edifício religioso que define Idanha-a-Velha alimentou controvérsias. Dom Fernando de Almeida não teve dúvidas em ver na Sé um monumento dos primeiros cristãos, mas, no final do século XX, foi proposto que o edifício terá sido, ao invés, uma mesquita, do final do século IX, local de culto de Ibn Marwan, um rebelde contra o poder de Córdova. Na verdade, a Sé é um dos mais enigmáticos monumentos da Alta Idade Média portuguesa. A maior parte do monumento atual corresponde ao registo quinhentista e uma inscrição com o ano 1593 valida essa datação. No século XIX, perdeu a função de culto e foi transformada em cemitério. Já nas ruínas do Paço dos Bispos não há certeza sobre a antiguidade das camadas que circundam a Sé. Dom Fernando de Almeida sugeriu que seriam do Paço Episcopal Visigótico, mas o mais certo é serem de simples habitações de época posterior, embora ainda medieval.
A descoberta, em 2018, de uma porta na muralha de acesso à cidade, de origem romana, mantém vivo o debate sobre as origens de Idanha-a-Velha
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A Sé de Idanha-a-Velha: de planta retangular com dois eixos ortogonais |
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