A Zona Especial de Protecção (ZEP) da cidade romana de Balsa, em Tavira, vai ser alargada para uma área quase quatro vezes superior à existente. Ao mesmo tempo, é pedida a revisão da classificação para Sítio de Interesse Público. Esta medida, destinada a preservar a estação arqueológica, surge na sequência da polémica desencadeada há cerca de dois anos, quando a empresa Luz Export pretendeu desenvolver um projecto agrícola, com estufas implantadas em cima da antiga cidade romana.
Balsa foi uma importante cidade romana — talvez a mais importante do país —, que existiu na freguesia de Luz (Tavira), nos terrenos litorais hoje designados por Torre d’Aires, Antas e Arroio. Foi descoberta no século XIX mas está em larga medida por estudar. Mas sabe-se que por lá subsistem vestígios de necrópoles, uma parte habitacional, edifícios com mosaicos, balneários, tanques de salga de peixe, cerâmica e moedas.
A empresa, pertencente a um grupo espanhol que desenvolve projectos agrícolas em Huelva, acatou a sugestão feita pela DRA para que fosse feito um levantamento georeferenciado da estação arqueológica, destinado a avaliar a amplitude e importância histórica do local. O custo da investigação, que ascende a 40 mil euros, foi assumido pelos promotores agrícolas. Agora, a Direcção-Geral do Património Cultural, com base nos novos elementos recolhidos sobre a antiga cidade romana, abriu o procedimento para que seja alargada a ZEP que tinha sido delimitada em 2011, propondo simultaneamente a revisão da categoria para Sítio de Interesse Público.
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