31/08/2016

Mosaicos da Villa Cardílio

Foi feito o levantamento da proteção dos mosaicos romanos de Villa Cardílio, que estavam cobertos para proteção há mais de vinte anos. Este levantamento, coordenado pela DGPC (Direção Geral do Património Cultural) que com o apoio da Câmara de Torres Novas realizou um levantamento fotográfico, que auxiliará a elaboração de um projeto de conservação, para futura visitação, que será apoiado pelos fundos europeus.
No ano de 1979 o autor francês Jean Gérard-Gorges na sua tese de doutoramento consagrada ao estudo das uillae na Península Ibérica individualizou três modelos arquitectónicos principais para as classificar: as uillae linares, as aúlicas e as de peristillo. A uilla constitui um inegável exemplo do modelo de uma domus rural que se organiza em torno de um peristilo e definido pelo autor citado como uilla de peristilo.
Foram escavados mais de 1200 metros quadrados pondo a descoberto cerca de uma vintena de dependências e, apesar das paredes destruídas e vandalizadas, os pavimentos de opus tesselatum e opus signinum sobreviveram, in situ. Salvaguardando os anos que percorreram, pode dizer-se em excelente estado de conservação, por sinal. Infelizmente na Uilla Cardílio apenas a pars urbana foi escavada, havendo ainda muito trabalho a fazer no terreno.
A Villa Cardilío está cronologicamente balizada do século I ao século IV d.C, no entanto os seus ascendentes também são conhecidos, na medida do possível, tendo sido encontrados vestígios de uma civilização pré-romana: diversos fragmentos de formas lisas ou decoradas (lítica e cerâmica), uma ânfora, lucernas e vários pedaços de vidro.
Mosaicos geométricos villa cardílio
Mosaicos colocados a descoberto em agosto de 2016.

Planta da Pars Urbana, por Afonso do Paço.

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