No ano de 1979 o autor francês Jean Gérard-Gorges na sua tese de doutoramento consagrada ao estudo das uillae na Península Ibérica individualizou três modelos arquitectónicos principais para as classificar: as uillae linares, as aúlicas e as de peristillo. A uilla constitui um inegável exemplo do modelo de uma domus rural que se organiza em torno de um peristilo e definido pelo autor citado como uilla de peristilo.
Foram escavados mais de 1200 metros quadrados pondo a descoberto cerca de uma vintena de dependências e, apesar das paredes destruídas e vandalizadas, os pavimentos de opus tesselatum e opus signinum sobreviveram, in situ. Salvaguardando os anos que percorreram, pode dizer-se em excelente estado de conservação, por sinal. Infelizmente na Uilla Cardílio apenas a pars urbana foi escavada, havendo ainda muito trabalho a fazer no terreno.
A Villa Cardilío está cronologicamente balizada do século I ao século IV d.C, no entanto os seus ascendentes também são conhecidos, na medida do possível, tendo sido encontrados vestígios de uma civilização pré-romana: diversos fragmentos de formas lisas ou decoradas (lítica e cerâmica), uma ânfora, lucernas e vários pedaços de vidro.
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Mosaicos colocados a descoberto em agosto de 2016. |
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Planta da Pars Urbana, por Afonso do Paço. |
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